A área afetada pelo incêndio que teve início no concelho da Lousã, no dia 14 de agosto, insere-se maioritariamente em Rede Natura 2000.

Trata-se de uma zona caracterizada por declives acentuados e pela presença de vales encaixados, onde se desenvolve uma elevada densidade de linhas de água permanentes e temporárias, bem como extensos maciços rochosos, sendo, também, uma área fortemente arborizada.

Atendendo a estas características e ao grau de severidade da área ardida, torna-se essencial e urgentíssimo, implementar ações imediatas de estabilização de emergência, ações essas que são da competência do Governo, através do ICNF. Estas medidas visam proteger as bacias hidrográficas e o solo, controlar a erosão e promover o restauro dos ecossistemas e da paisagem.

A recuperação deste espaço natural representa um desafio técnico e ambiental significativo, que deverá assentar numa abordagem sustentável, através da aplicação de técnicas de engenharia natural, baseadas na utilização de materiais vivos.

Neste contexto, a recuperação de áreas ardidas, especialmente em terrenos com declive acentuado, beneficiará da aplicação de um conjunto de técnicas de engenharia natural, destacando-se a hidrossementeira como uma ferramenta fundamental, dada a urgência de estabilização.

A sua aplicação contribui não só para a proteção do solo, mas também para o restauro da paisagem e da biodiversidade, promovendo uma recuperação mais rápida e resiliente dos ecossistemas afetados. Ao reduzir o risco de erosão, proteger o solo da ação das chuvas e do vento, e ao promover o enraizamento rápido das espécies semeadas, a hidrossementeira favorece a consolidação da estrutura do solo, diminuindo significativamente a probabilidade de deslizamentos.

A aplicação das medidas de estabilização de emergência, através da adoção de técnicas de engenharia natural, com destaque para a hidrossementeira, revela-se essencial na resposta imediata à degradação provocada pelos incêndios em áreas de elevado declive. Para além de mitigar os impactos ambientais, estas soluções promovem a regeneração ecológica e a valorização paisagística, contribuindo para a resiliência dos territórios e para a proteção dos recursos naturais a longo prazo.