
A região do Alentejo registou, em 2024, uma quebra populacional generalizada, com exceção do litoral, segundo dados da PORDATA divulgados no âmbito do Dia Mundial da População. O relatório traça um retrato detalhado das dinâmicas demográficas em Portugal, evidenciando contrastes entre litoral e interior, bem como o agravamento do envelhecimento da população alentejana.
De acordo com a PORDATA, apenas o Alentejo Litoral registou crescimento populacional (0,82%), ao contrário das restantes sub-regiões: o Alto Alentejo registou a maior redução populacional do país (-0,49%), seguido pelo Baixo Alentejo (-0,07%) e pelo Alentejo Central (-0,03%).
Apesar deste panorama, alguns municípios do interior alentejano contrariaram a tendência regional. Arraiolos (1,36%) e Alter do Chão (1,32%) destacaram-se com aumentos populacionais superiores à média nacional (1,03%).
O envelhecimento da população continua a marcar a região. Municípios como Gavião, Nisa e Mértola apresentam índices de envelhecimento muito acima da média nacional, com mais de 400 idosos por cada 100 jovens. No caso de Gavião, o índice atinge os 535,1, sendo o mais elevado do Alentejo.
Em simultâneo, o índice de sustentabilidade — rácio entre população em idade ativa e idosos — é um dos mais baixos do país em vários concelhos alentejanos, refletindo desequilíbrios geracionais. Em Nisa, este indicador situa-se em 1,36; em Mértola, em 1,51; e em Barrancos, em 2,84, valores inferiores à média nacional (2,59).
O relatório evidencia ainda que a maioria dos municípios da região continua a perder população, apesar de ligeiras melhorias em alguns indicadores. A baixa natalidade e o saldo natural negativo mantêm-se como fatores estruturais da regressão demográfica no Alentejo, sendo compensados apenas parcialmente por saldos migratórios positivos em alguns concelhos.
O estudo integra dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) e está disponível na base de dados estatísticos da Fundação Francisco Manuel dos Santos.