
Por todo o território da Lezíria do Tejo têm-se multiplicado relatos de infestações de baratas, oriundas das condutas da água e dos esgotos. Pequenas, médias e grandes, as criaturas têm deixado a população preocupada, já que são uma fonte de poluição e doenças como gastroentrite, eczema, entre outras. Isto preocupa quem as vê entrar nas casas particulares, mas também quem tem negócios abertos ao público, já que a existência de baratas num espaço comercial constitui uma violação punível com multa em caso de inspeção da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE).
O NS pediu esclarecimentos às Águas do Ribatejo (AR), entidade responsável por gerir as condutas de abastecimento de água e de saneamento público, bem como pela higienização destas infraestruturas, que têm sido o grande foco da praga de baratas que tem atingido a região. A empresa intermunicipal aponta dois fatores para as infestações: o surgimento de uma nova espécie de barata, a Barata Americana, que é “mais resistente aos inseticidas e iscos” e as elevadas temperaturas aliadas ao baixo nível de humidade nos sumidouros e sarjetas que são favoráveis à reprodução das baratas.
Várias têm sido as vozes que têm levantado questões sobre a efetividade das desinfestações que a AR leva a cabo de três em três meses através de um contrato de prestação de serviços com uma “empresa especializada para a execução dos serviços de desbaratização e desratização nas redes de drenagem de esgotos”.
“As baratas conseguem reproduzir-se muito rapidamente e são muito resistentes”, explica a empresa intermunicipal que se queixa da pouca eficácia do método utilizado atualmente por estar “longe de ser uma solução de eficácia plena”. A empresa contratada recorre a inseticidas amigos do ambiente que são menos eficazes e obrigam a mais intervenções, segundo explica a AR.
“A AR e os Municípios realizaram, e vão continuar a realizar, campanhas regulares e operações extraordinárias sempre que alertadas para a presença dos insetos. São intervenções exigentes porque é feito o levantamento de milhares de tampas de saneamento de forma manual”, garante a Águas do Ribatejo.
A Águas do Ribatejo garante que a limpeza das condutas, sarjetas e sumidouros foi reforçada mas pede a ajuda dos munícipes na prevenção da praga de baratas, nomeadamente através da promoção da higienização dos espaços de acondicionamento e manuseamento de alimentos e líquidos; não colocar restos de comidas, líquidos ou resíduos nas sarjetas; impermeabilizar as prateleiras em madeira para dificultar a circulação das baratas; tapar ralos, sanitas ou respiradouros quando decorrem desinfestações no exterior e evitar pisar baratas, já que se tiver ovos serão transportados para o interior das habitações e estabelecimentos comerciais ao ficarem presos nos sapatos.
O NS enviou o mesmo pedido de esclarecimento para as Águas de Santarém, responsável pelo mesmo serviço no concelho de Santarém, onde também se tem sentido bastante esta praga, especialmente no Centro Histórico da cidade, mas até ao momento da publicação desta notícia não foi possível obter qualquer resposta ao nosso contacto.