Pedro Silva, sobrinho de Marco Paulo, falou com a Nova Gente sobre a perda do tio, o gesto da SIC que nunca vai esquecer e outros momentos do velório. Além disso, Pedro velou ainda que Ernesto, irmão mais velho do cantor, já foi informado da morte.
“A família está a reagir de forma muito pesarosa. A partida do meu tio doeu-nos muito a todos, apesar de já ser esperada”, começou por dizer. “O estado dele tinha piorado muito nos últimos dias, mas custa sempre. A verdade é que tínhamos alguma esperança que ele ainda pudesse melhorar, porque já tinha acontecido antes. Houve momentos em que ele se foi abaixo, mas depois recuperou, e ainda pensámos que isso pudesse acontecer outra vez. Mas não… E quando recebemos uma notícia destas é sempre um choque”, atira.
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“A família decidiu não lhe contar”
Filho de Alfredo, irmão mais novo do cantor, Pedro revelou:“O Marco Paulo tinha três irmãos. O meu pai, o meu tio Ernesto e a minha tia Fátima, que morreu há uns anos. Infelizmente, o meu tio não conseguiu ir ao funeral, porque tem estado internado, foi operado à coluna, e a minha mãe também não foi devido a um problema de saúde. O meu pai não foi ao velório, mas fez questão de ir ao funeral, no sábado. Ele também não está muito bem, mas quis ir. Foi uma grande dor e, desde esse dia, tanto ele como a minha mãe têm estado a tomar calmantes para se aguentarem”, conta o sobrinho do cantor, revelando ainda que o irmão mais velho só soube da morte do artista já depois do funeral.
“Pedimos às enfermeiras para não ligarem a televisão, porque ele já tem 84 anos e está muito fragilizado. Ele sabia que o irmão estava mal, mas a família decidiu não lhe contar antes. Depois do funeral, o filho, que também se chama Marco, foi ao hospital dar-lhe a notícia e ele ficou muito abalado. Fartou-se de chorar… É difícil ver partir um irmão, e ainda por cima não conseguiu ir despedir-se dele”, explicou.
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“Adiei a viagem”
Pedro Silva vive e trabalha em Bruxelas há vários anos, mas, nos últimos meses, viajou com frequência para Portugal para estar perto do tio. “Andei sempre entre cá e lá. Era muito próximo dele e fazia questão de o visitar com frequência. Quando não estava, telefonava-lhe. Desta vez, vim e era para me ter ido embora na terça-feira [dia 22 de outubro], mas percebi que as coisas não estavam nada bem e adiei a viagem. Ainda bem que o fiz, porque os meus receios estavam certos. O meu tio morreu dois dias depois”, recorda, revelando ainda que, à semelhança da família, muitos ainda tinham esperança que Marco não partisse tão cedo: “Nas cerimónias fúnebres, alguns amigos dele vieram ter comigo a dizer que tinham um grande peso na consciência porque não o foram ver. As pessoas achavam que ainda tinham tempo, porque a verdade é que ele recuperava sempre… Ia-se abaixo, mas depois melhorava”.