Uma partilha que levou todos às lágrimas! No mais recente episódio do programa da SIC Caras, Passadeira Vermelha, Sara Norte fez um duro desabafo, em lágrimas, sobre a última carta que recebeu da mãe, a atriz Carla Lupi, já depois de esta ter perdido a vida.

Tudo aconteceu quando o painel de comentadores se encontrava a comentar as cartas que o pai de Ana Garcia Martins lhe deixava e que foi recentemente documentado pela influenciadora, num texto emotivo, nas suas redes sociais. Sara Norte foi a primeira e intervir e a deixar todos emocionados.

Segundo a comentadora, enquanto esteve presa era frequente receber cartas da mãe, do pai, Víctor Norte, e dos avós e, até hoje, guardou todas. No entanto, há uma em específico que mais a emociona. "Recebi já depois de a minha mãe ter morrido", revelou, tremendamente emocionada.

"Eu recebi uma carta de 36 páginas da minha mãe, porque a minha mãe escrevia muito, sabia que eu estava num sítio em que eu me tinha de entreter. E as cartas é uma boa forma de tu passares o teu tempo, porque enquanto escreves tu não estás a pensar e estás a gastar tempo", começou por explicar.

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Logo depois, Sara Norte deu a saber a metodologia que a mãe aplicava enquanto escrevia estas mesmas cartas: escrevia, parava, ia a um determinado sítio e voltava a escrever. "Era um diário", especificou. Mas "a última carta" viria a marcar a comentadora até aos dias de hoje.

"A minha mãe a meio da carta dizia 'olha, não tenho um euro para comer, estou a passar fome, não tenho como viver, não sei como é que isto... espera aí que tocaram à campainha'. Depois voltou à carta e disse assim 'tu não sabes o milagre que acabou de acontecer, o restaurante aqui debaixo acabou de me vir oferecer todas as refeições'", contou Sara Norte.

Na verdade, estes detalhes estão bem presentes em todas as cartas enviadas pela mãe de Sara Norte. "Ela saber dizer 'agora vou para o hospital', 'agora estão me a fazer', 'agora tenho um buraquinho no estômago' e eu estar a receber isso depois de morta doeu-me muito. Mas hoje em dia eu olho para isso como uma mãe lutadora e são essas as memórias que quero", deixou ainda a certeza.

No meio da sua partilha, a comentadora do Passadeira Vermelha, aproveitou ainda para reforçar a luta da mãe até ao fim da sua vida. "Foi uma mãe que falhou muito, mas porque era doente, não era ela que estava a falhar. E eu acho que estas cartas são importantes para ficar na memória e eu guardo-as até procurar as feridas que a minha mãe me fez e que eu sei que eu também lhe fiz. E é muito bonito!".

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Quase a terminar a sua intervenção, Sara Norte deu ainda a saber que tem consigo um saco quase do tamanho da sua cintura, "daqueles aos quadrados mesmo das prisões" repleto de cartas enviadas pelas pessoas mais especiais da sua vida.

"Vou lá mais vezes agora do que já fui, porque hoje em dia já consigo ir... mas percebo perfeitamente isto e espero que não se caia em desuso escrever cartas, porque realmente é uma coisa bonita e que fica. Fica marcada a letra da pessoa, o cheiro da pessoa. A minha mãe metia às vezes perfume, eu meti um batom, dava um beijinho e mandava às cartas", notou, por fim.

Recorde-se que Sara Norte perdeu a mãe em julho de 2012, vítima de cancro. Alguns anos depois, em março de 2020, perdeu a irmã Beatriz, que também faleceu devido a doença prolongada.