
Foi a 27 de julho do ano passado, 2024, que Custódia Gallego esteve à conversa com Daniel Oliveira em Alta Definição.
A emotiva entrevista voltou a passar em antena este sábado, 22 de agosto, e fez recordar as duas perdas mais marcantes na vida da atriz: do pai, que pelas palavras da própria "todos sabemos que vamos sofrer", e do filho.
“O meu pai era muito independente e não estava à espera que ele se fosse embora assim, até pensei que fosse a minha mãe primeiro”, confessou, lembrando que o progenitor morreu com uma infeção hospitalar após ser operado a um fémur partido.
Mas esta não foi a primeira grande perda por que passou. Em 2018, perdeu um dos seus filhos, Baltazar, vítima de um cancro. “Uma vez disseram-me que nada de pior me podia acontecer e eu disse que sim, que ainda tenho outro filho”, disse, referindo-se também ao seu outro filho, Rafael.
As "dores" de lidar com a perda de um filho
“Estou muitas vezes com alguns amigos do Baltazar. Eles faziam uma almofada para as minhas dores, era como se conseguissem vivenciar o mesmo. Há uma sensação de roubo. Não me roubaram a mim, roubaram a vida ao meu filho”, frisou.
Apesar de, na altura, lutar contra uma doença, a expectativa de vida do filho da atriz era grande. “A raiva e a sensação de injustiça é que o Universo lhe roubou a vida. Ele tinha expectativa de vida. Deram-lhe a ideia de que estava mal, mas que tinha de continuar. Ainda hoje sinto a perda dele. Mas depois o meu lado racional não me deixa. Já aceitei a realidade, mas tudo isto não deixa de ser injusto”, contou ao diretor de programas da SIC.
“Quando ele foi internado, puseram-no em coma para o poderem entubar. Mas depois percebeu-se que aquela coisa não se resolvia. A médica disse-me que tinha de me preparar para o pior e eu dei um grito no meio do hospital: ‘O que é que é o pior?’. Eu estava em negação. À noite, telefonaram-me a dizer que ele já não respirava. Tenho pena de não ter estado lá com ele e dar-lhe a mão”, recordou.
Na mesma partilha, Custódia Gallego contou ainda que o seu pensamento está sempre com o filho que perdeu. “A seguir à morte de um filho, tens de decidir continuar a viver. O pensamento está sempre presente, é como se tivesse ficado com buracos no corpo. Mas a pouco e pouco vão sendo preenchidos”, completou.