Mário Martins foi responsável pelas carreiras de artistas como Marco Paulo, Carlos Paião, José Cid, Toy e e muitos outros. Aos 80 anos, o produtor foi convidado ao programa de Júlia Pinheiro e falou sobre a sua relação com Marco Paulo.

Como se sabe a maioria dos êxitos do cantor, são adaptações de músicas estrangeiras e Mário teve um grande papel em escolher as canções.

“Os maiores sucessos, os imortais, é o ‘Tenho Dois Amores’ e ‘Ninguém Ninguém’. Ele não queria cantar o ‘Dois Amores’ mas nunca explica porquê, não explica o critério, se é que tem algum. E não é a primeira, nem a segunda vez que recusa. Eu depois insistia com ele e ele acabava por aceder a cantar as minhas sugestões”, contou.

Leia Mais: A música conhecida por todos que o artista nunca gostou: “Gravei contra a vontade”

“O quê, a canção daquele piroso?”

Mário Martins revelou ainda um episódio passado no México onde lhe apresentou ‘Maravilhoso Coração’, que se viria a tornar outro dos seus grandes sucessos.

“Ele teve esta expressão que nunca mais me esquecerei… O Marco Paulo nunca saía do quarto, estava sempre no quarto, a fazer caracóis e aquela coisa (…) Íamos naquele dia almoçar fora (…) e eu vou ao quarto do Marco Paulo, que estava sentado, com os caracóis, a ver um programa de televisão, mas a transmissão não estava em boas condições, e estava um grande cantor mexicano a cantar, e eu disse-lhe ‘É aquela canção que vais cantar no festival’, e ele disse ‘O quê, a canção daquele piroso?’. Mas cantou, que remédio. Cantou a canção e tornou-se um êxito aqui, como já se tornara lá”, explicou.

Texto: André Sousa / Fotos: Impala