Os Bob Vylan partilharam um comunicado nas redes sociais no qual se defendem das críticas de que estão a ser alvo depois do polémico concerto no festival de Glastonbury no passado sábado, durante o qual atacaram Israel e instigaram o público a cantar “morte às IDF” (as forças armadas israelitas). “Hoje, muitas pessoas querem fazer-vos acreditar que uma banda punk é a ameaça número um à paz mundial”, escreve a dupla, defendendo que estão a transformá-los numa “distração” para a situação em Gaza.

“Não somos os primeiros, não seremos os últimos”, começa por ler-se no comunicado, “não defendemos a morte de judeus, árabes ou qualquer outra etnia ou grupo de pessoas. Somos pelo desmantelamento de uma máquina militar violenta. Uma máquina na qual os próprios soldados receberam ordens para usar ‘força letal desnecessária’ contra civis inocentes à espera de ajuda. Uma máquina que destruiu grande parte de Gaza”.

Defendendo que antes deles, outras bandas foram acusadas, os Bob Vylan continuam: “nós, como outros que estiveram debaixo de fogo antes de nós, não somos a história. Somos uma distração da história. E quaisquer sanções que recebamos vão ser uma distração. O governo não nos quer a perguntar por que razão permanecem silenciosos perante esta atrocidade? Por que razão não fazem mais para acabar com as mortes? Para alimentar aqueles que estão a morrer à fome? Quanto mais tempo continuarem a falar sobre os Bob Vylan, menos passam a responder pela sua inação criminosa”.

“Estão a fazer de nós um alvo por falarmos. Não somos os primeiros nem seremos os últimos. E se se preocupam com a santidade da vida humana e a liberdade de expressão, rogamos-vos que falem também. Libertem a Palestina”, conclui a dupla. Depois do concerto em Glastonbury, a polícia inglesa disse ter aberto uma investigação aos Bob Vylan, que, entretanto, ficaram sem agente e viram revogado o visto que tinham para entrar nos Estados Unidos, onde iriam atuar em outubro.