
O banco digital alemão N26 anunciou que um dos seus co-CEO e cofundadores, Valentin Stalf, vai deixar as funções executivas e transitar para o Conselho de Supervisão da instituição. Esta alteração surge na sequência de uma notícia recente sobre a BaFin, entidade reguladora do setor financeiro na Alemanha, estar a ameaçar a empresa de sanções, o que estaria a levar os investidores a forçar os co-CEO a saírem do cargo.
De acordo com o comunicado do N26, Stalf deve passar para o órgão supervisor após um período de transição inicial. O banco informa ainda que novos membros deste conselho devem ser nomeados ao longo dos próximos meses, bem como outras adições à equipa de gestão. O Conselho de Supervisão é atualmente composto por Marcus Mosen, que preside ao mesmo, Déborah Carlson-Burkart, Peter Kleinschmidt e Jörg Gerbig.
A notícia sobre a substituição dos líderes do N26 indicava que Stalf deveria abandonar o cargo a 1 de setembro e o seu parceiro, Max Tayenthal, a 31 de dezembro, segundo revelaram fontes próximas do processo ao Financial Times (FT). Os dois cofundadores, em conjunto, detêm 20% das ações do banco. Por sua vez, Marcus Mosen, de acordo com estas fontes, está a ser encaminhado para ser co-CEO interino.
O FT adiantou que a BaFin propôs um aviso formal a dois membros da Comissão Executiva do banco e ainda a nomeação de um monitor especial, devido a deficiências encontradas na gestão de risco. O relatório anual do N26 revela que o regulador encontrou “deficiências nos sistemas de controlo interno, processos e na organização em geral”.
O mesmo artigo do Financial Times apontava para negociações em curso que implicavam a perda do direito de veto dos fundadores pelo corte no retorno dos investidores. A par disto, Stalf e Tayenthal poderiam nomear duas pessoas para o Conselho de Supervisão, incluindo eles mesmos. Este último detalhe, sublinham as fontes do periódico britânico, não agradou aos membros atuais do órgão, que receiam que o mesmo perca a sua independência pela ausência de um período de nojo.
O ainda co-CEO considera, citado em comunicado, que a sua mudança para o órgão supervisor do banco é uma forma de utilziar os seus “muitos anos de experiência e conhecimento” para fortalecer o N26. Stalf reitera que vai contribuir para a direção estratégica de longo prazo da empresa e vai permanecer como um dos acionistas principais. O presidente do Conselho de Supervisão destaca o percurso do N26 e dos seus fundadores e anseia colaborar com Stalf, adianta.