
O Tribunal Judicial de Cabo Delgado, província localizada no extremo nordeste de Moçambique, começou nesta Terça-feira, 05, a vender em hasta pública dez conjuntos de edifícios da antiga Plexus, que foi das principais empresas de exploração de algodão no país e, espera arrecadar 6,6 milhões de euros.
No edital do processo de venda, que arrancou hoje, está prevista a venda de dez conjuntos de edifícios, em várias localidades de Cabo Delgado, que integravam os activos da antiga marca, totalizando o valor base de 6,6 milhões de euros.
Em causa está o processo de insolvência da Plexus, detida anteriormente por um grupo britânico e cuja actividade foi interrompida em 2022, deixando milhares de produtores de algodão de Cabo Delgado sem poder escoar o produto, além de avultadas dívidas, segundo o plano de recuperação divulgado no ano seguinte, de 6,9 milhões de euros.
O grupo britânico apontou os prejuízos provocados por sucessivos ciclones que afectaram a região e o impacto da violência armada em Cabo Delgado para justificar um desempenho financeiro em deterioração desde 2016 e o fim das operações em 2022.
Estima-se que cerca de 200 trabalhadores, diz a Lusa, ficaram com ordenados em atraso e que 50 mil produtores de algodão em Cabo Delgado estejam desde 2022 em dificuldades para escoar a matéria-prima, que até então entregavam à Plexus.