
A agência de notação Fitch diz que a escassez de moeda estrangeira em Moçambique aumentou em 2025, em parte devido à queda dos desembolsos externos ao Governo e à suspensão da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).
A Fitch reconhece que a aquela agência norte-americana desembolsou apoios de 505 milhões de euros a Moçambique em 2024, sobretudo em projectos ligados à saúde e educação, “o equivalente a 3% do Produto Interno Bruto (PIB)”.
O novo Governo norte-americano, liderado por Donald Trump, suspendeu no início deste ano actividade da USAID, fundada em 1961 com objectivo de prestar apoio humanitário internacional, com financiamentos significativos na área da saúde em Moçambique. Em 01 de Julho foi anunciado o encerramento definitivo da agência.
Pelo menos 2.500 empregos perderam-se em Moçambique com o corte de ajuda externa norte-americana através da USAID, segundo dados de Julho do Governo moçambicano, admitindo tratar-se de “um problema” para economia.
Nesta avaliação de Agosto, em que manteve a notação de CCC atribuída em Fevereiro – o último nível antes do Incumprimento Financeiro – a Moçambique, a Fitch admite ainda que o aumento, em Abril, da parcela da conversão obrigatória das receitas de exportação para moeda local, de 30% para 50%, “aliviará parte da escassez de divisas”, bem como o novo programa esperado com o Fundo Monetário Internacional (FMI) até ao final do ano.
A Fitch, segundo a Lusa, avalia igualmente que as reservas de Moçambique são “estáveis”, mas os “riscos persistem”. Prevê que as reservas internacionais moçambicanas “permaneçam amplamente estáveis” em 3.020 milhões de euros em 2025.