
O Santander obteve, nos primeiros seis meses do ano, um lucro de 503,9 milhões de euros em Portugal. A margem financeira caiu 19,3%, mas, mais uma vez, o volume de crédito permitiu algum equilíbrio, com o banco a conceder 51,7 mil milhões de euros em crédito no primeiro semestre, o que representa um aumento de 10%.
É no rácio de eficiência que o Santander se destaca, com um cost-to-income de 27%, o que levou o CEO da instituição a afirmar na conferência de imprensa de apresentação dos resultados realizada nesta sexta-feira: “Somos o banco mais rentável em Portugal.”
O banco aumentou a sua base de clientes em mais de 60 mil nos primeiros seis meses do ano, com os recursos captados a atingirem os 47,7 mil milhões de euros.
Mais uma vez, o crédito à habitação ocupa um lugar central no crescimento do Santander. “Um em cada cinco portugueses compra casa com o Santander. Nos primeiros seis meses do ano, 37 mil famílias pediram crédito ao Santander para aquisição de habitação”, acrescentou Pedro Castro e Almeida. O CEO do Santander manifestou grande preocupação com o problema da habitação: “Estamos pior do que há seis meses e muito pior do que há um ano”, referiu, acrescentando: “E não vejo que estejamos melhor daqui a seis meses ou um ano.”
Relativamente à solução Garantia Jovem, proposta pelo Governo, o Santander conseguiu aumentar a sua quota de mercado junto dos clientes com menos de 35 anos. “Antes da Garantia Jovem, a nossa quota nesse segmento era de 30%; agora é de 45%”, referiu o administrador Miguel Belo de Carvalho. No entanto, a questão é que se trata de uma solução apenas do lado da procura. “Precisamos também de soluções do lado da oferta; caso contrário, o lençol destapa completamente”, concluiu Pedro Castro e Almeida.
O Santander Totta concedeu 473 milhões de euros em crédito à habitação ao abrigo da garantia pública para jovens até aos 35 anos, cerca de 30%, tendo recebido mais de 9.100 pedidos, anunciou o banco.
“No âmbito da garantia pública para a habitação jovem, tivemos mais de 9.100 pedidos, que correspondem a cerca de 1.700 milhões de euros de propostas submetidas, e já formalizamos quase 500 milhões de euros”, disse Pedro Castro Almeida.
A contratação com garantia do Estado apresentou um rácio LTV [loan-to-value] de 99,5%, disse o banco sobre este indicador que resulta da relação entre o montante total de crédito por um imóvel e o mínimo entre o valor de avaliação ou o preço de aquisição.
Por sua vez, o administrador Miguel Belo de Carvalho explicou que o banco já utilizou cerca de 30% do valor disponível e que não tem pressa em esgotar o ‘plafond’, mas que o Santander continuará disponível caso o Governo entenda alargar o programa em prazo ou em montante.
A garantia pública para o crédito à habitação a jovens até 35 anos (inclusive) aplica-se a contratos assinados até final de 2026 e permite ao Estado garantir, enquanto fiador, até 15% do valor da transação.
A quota atribuída ao Santander do valor garantido pelo Estado é de 259 milhões de euros, sendo o banco com a maior fatia deste programa.