
A cidade de Nova Iorque encontra-se num ponto de inflexão, revela o estudo Competitive NYC: Value Proposition Tracker. Esta sempre foi uma cidade que atraiu talento, face às oportunidades que a economia local oferece. Ou pelo menos, oferecia. É que as recentes mudanças nos padrões da imigração, impulsionadas pela pandemia de covid 19, pelas políticas de imigração, e até pela qualidade de vida, mostram que as tendências de crescimento sentidas no passado poderão não voltar.
As famílias com rendimentos elevados, aquelas que ganham mais de um milhão de dólares por ano, representam menos de 1% dos contribuintes, mas pagam 40% dos impostos sobre o rendimento pessoal da cidade.
O estudo, levado a cabo pela CBC – Citizens Budget Commission (CBC), uma organização cívica não lucrativa, que incide sobre políticas, serviços e finanças do estado de Nova Iorque, mostra que a população da cidade diminuiu a partir de 2017 e perdeu cerca de meio milhão de pessoas com a pandemia – embora já tenha recuperado 120 mil residentes – e que é necessário voltar a ter uma economia forte, com criação de emprego, para inverter a situação. Atrair e reter residentes com rendimentos elevados aumenta as receitas e pode ajudar a impulsionar o crescimento de partes da economia. As famílias com rendimentos elevados que ganham mais de um milhão de dólares por ano representam menos de 1% dos contribuintes, mas pagam 40% dos impostos sobre o rendimento pessoal da cidade.
Depois de perder quase um quarto dos empregos do sector privado nos primeiros dois meses da pandemia da COVID, a cidade de Nova Iorque recuperou essas perdas até maio de 2023 e tem agora mais 143.000 empregos do que em janeiro de 2020. No entanto, a recuperação dos postos de trabalho não tem sido uniforme em todos os sectores e níveis salariais. Além disso, o Produto Interno Bruto (PIB) da cidade de Nova Iorque excede agora os níveis anteriores à pandemia, mas o seu crescimento fica aquém do da restante nação.
Percentagem de milionários caiu para 8,7%
O estudo mostra ainda que entre 2010 e 2022, a percentagem de milionários – conceito que considera indivíduos com um património acima de um milhão de dólares – do Estado de Nova Iorque diminuiu 4 pontos percentuais, ou seja, mais do que qualquer outro estado.
Durante esse mesmo período, a percentagem de milionários do país aumentou 2,8 pontos percentuais na Florida, 1,2 pontos percentuais na Califórnia e 0,8 pontos percentuais no Texas. Se a percentagem de milionários do Estado de Nova Iorque se tivesse mantido ao nível de 2010, a cidade de Nova Iorque poderia ter recebido mais 2 mil milhões de dólares em receitas do imposto sobre o rendimento das pessoas singulares este ano. Concluindo, outros estados norte americanos estão a conseguir atrair, reter e aumentar os milionários melhor do que Nova Iorque.
Se a percentagem de milionários do Estado de Nova Iorque se tivesse mantido ao nível de 2010, a cidade de Nova Iorque poderia ter recebido mais 2 mil milhões de dólares em receitas do imposto sobre o rendimento das pessoas singulares este ano.
Segundo os dados disponibilizados no site da CBC, em 2010, Nova Iorque tinha cerca de 12,7% dos milionários sediados nos Estados Unidos, num total de 35.802, e em 2022 tinha uma quota de 8,7%, o equivalente a 69.780 milionários (o número absoluto subiu, mas o peso no total nacional caiu). Este estado está agora em quarta posição do ranking das regiões que mais acumulam pessoas de alto rendimento. A Califórnia lidera esta lista, com o maior número absoluto de milionários em 2022, que atingia os 128.900, e uma quota de 16,1%. A Florida, com 77.670, acumula uma percentagem de 9,7% do total do país. O Texas passou de 23.859 bilionários em 2010 para 73,930 em 2022.
Veja, em baixo, na tabela, os dados compilados pela CBC.