
O Presidente de Moçambique, Daniel Francisco Chapo, aproveitou a 9ª Conferência Internacional de Tóquio sobre o Desenvolvimento de África (TICAD 9), realizada na Quinta-feira, 21, em Yokohama, para reafirmar o papel central do Japão como parceiro estratégico no futuro económico do país.
Na abertura da Sessão Plenária sobre Economia, o estadista destacou a necessidade de consolidar uma parceria renovada com Tóquio, com foco em dois eixos prioritários, nomeadamente o desenvolvimento integrado do Corredor de Nacala e a valorização do potencial energético do gás natural liquefeito (GNL) da Bacia do Rovuma.
“Uma das nossas acções estratégicas é promover o desenvolvimento integrado e infra-estruturas ao longo dos corredores de desenvolvimento nacionais e regionais, com destaque para o Corredor de Nacala, onde contamos com o Japão como parceiro estratégico”, afirmou o Chefe de Estado.
Segundo uma nota publicada no website da Presidência da República de Moçambique, Chapo salientou que o lema da conferência – “Co-criar Soluções Inovadoras com África” – representa um apelo a transformar desafios em oportunidades partilhadas, com ganhos mútuos para ambos os lados. O encontro serviu também para avaliar os compromissos assumidos na TICAD 8, em Túnis, e reforçar a convergência entre a Agenda 2063 da União Africana e a Agenda 2030 das Nações Unidas.
Corredor de Nacala como eixo estratégico
O Presidente moçambicano realçou a importância do Corredor de Nacala enquanto plataforma de integração regional, ligando Moçambique ao Malawi, à Zâmbia e à República Democrática do Congo.
Reconhecido pela própria TICAD como porta de entrada privilegiada para o investimento japonês na África Austral, o corredor é visto como essencial para dinamizar o comércio, acelerar a mobilidade de bens e pessoas e consolidar a conectividade com os mercados internacionais.
O governante referiu ainda que o país está a retomar a estratégia de desenvolvimento económico do eixo, com potencial para reforçar a agricultura sustentável, os transportes e a digitalização das infra-estruturas.
Além das infra-estruturas, Chapo destacou os recursos minerais e energéticos como outra prioridade da agenda bilateral com Tóquio, sublinhando a relevância do LNG da Bacia do Rovuma, em Cabo Delgado.
“Quero terminar dando como outra prioridade o investimento em recursos minerais e energia, com destaque para o gás natural liquefeito (LNG) na Área 1 da Bacia do Rovuma, em Cabo Delgado”, declarou, classificando o projecto como estruturante para a industrialização do país e para a criação de um corredor regional de conectividade energética.
Com este posicionamento, Moçambique procura consolidar-se não apenas como plataforma logística da África Austral, mas também como hub energético estratégico, alinhando-se com os planos de crescimento sustentável e industrialização do continente africano.