Os lucros do Banco Comercial e de Investimentos (BCI), subsidiário em Moçambique do grupo português Caixa Geral de Depósitos, cresceram 4,4% até junho, face ao mesmo período de 2024, para 3.706 milhões de meticais (49,8 milhões de euros).

Segundo o relatório com as demonstrações financeiras do BCI do primeiro semestre, este desempenho compara com os resultados líquidos de 3.549 milhões de meticais (47,7 milhões de euros) nos primeiros seis meses de 2024.

O ativo total do banco cresceu para 249.673 milhões de meticais (3.361 milhões de euros) no final de junho, incluindo 68.411 milhões de meticais (921 milhões de euros) em créditos a clientes, enquanto o passivo subiu para 213.783 milhões de meticais (2.878 milhões de euros), contando neste caso com 195.748 milhões de meticais (2.635 milhões de euros) em recursos dos clientes (depósitos).

No documento, o BCI destaca que ao longo do primeiro semestre recebeu 350 milhões de meticais (4.712 milhões de euros) referentes “à recuperação de várias operações de crédito, mediante acordo entre as partes”.

O BCI tem um capital social de 10 mil milhões de meticais (138 milhões de euros), numa estrutura acionista liderada (51%) pela Caixa Participações, do grupo Caixa Geral de Depósitos (CGD), contando com o banco português BPI (35,67%) e ainda diretamente pela CGD (10,51%), entre outros, tendo fechado 2024 com 2.712 trabalhadores.

Os lucros do BCI recuaram 26,18% em 2024, segundo o relatório e contas noticiado anteriormente pela Lusa, passando do recorde de 8.181 milhões de meticais (110 milhões de euros) em 2023 para 6.039 milhões de meticais (81,2 milhões de euros) no ano passado, então influenciado “pelo aumento dos custos com imparidades e provisões em 127,1%”.

“Reflexo da prudência adotada pelo banco na cobertura dos ativos expostos ao risco de crédito e ao risco soberano. Esta abordagem deveu-se, em grande medida, aos impactos do contexto pós-eleitoral adverso, incluindo a perspetiva de ‘downgrade’ do rating do país”, justifica-se no documento.

A administração do BCI decidiu pela não distribuição de dividendos relativos ao resultado líquido de 2024, para “reforçar a solidez do balanço e aumentar a sua resiliência a possíveis agravamentos dos riscos”, face a “incertezas associadas ao contexto atual a nível nacional e internacional”, e apesar do banco “apresentar rácios de adequação de capital e de liquidez muito confortáveis”.

Ainda assim, sublinha a administração, o desempenho do BCI em 2024 “manteve-se sólido”, destacando o crescimento de 15% nos depósitos, face ao ano anterior, para 183.483 milhões de meticais (2.469 milhões de euros), e de 4,27% nos capitais próprios, para 32.153 milhões de meticais (433 milhões de euros), contribuindo assim para um aumento de 10,87% do ativo total, que atingiu os 231.641 milhões de meticais (3.118 milhões de euros).

Já a carteira de crédito, aumentou 6% em 2024, para 78.207 milhões de meticais (1.052 milhões de euros), representando um “reforço do compromisso do BCI com o financiamento dos setores produtivos e de consumo, e um impulso para o crescimento económico do país”.

Agência Lusa

Editado por Jornal PT50