
O Crédito Agrícola anunciou esta quarta-feira que lucrou €172,2 milhões no primeiro semestre do ano, menos 23% face ao período homólogo. Esta quebra explica-se sobretudo pelo desempenho da margem financeira (indicador que resulta da diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os juros pagos pelos depósitos), que recuou cerca de 16%, para €333,5 milhões, acompanhando a descida da Euribor.
"Num semestre marcado por elevada incerteza e com taxas de juro em redução na zona euro, o Grupo Crédito Agrícola continuou a demonstrar a sua capacidade de crescimento, performance e a sua resiliência", afirma Sérgio Raposo Frade, presidente do banco, citado em comunicado.
No final de junho, o produto bancário totalizou €467,7 milhões, recuando 10% em relação a igual período do ano passado. A descida, porém, foi atenuada pelo crescimento de 5% das comissões cobradas aos clientes, que renderam €78,4 milhões, e pelo aumento de quase 19% dos resultados de seguros, para €55,9 milhões.
Apesar da pressão exercida pelas taxas de juro, a rendibilidade dos capitais próprios do banco manteve-se em 11,8%, o que confirma a sua capacidade de remunerar os seus acionistas. Os dados do balanço mostram ainda uma evolução positiva no crédito e nos depósitos: enquanto a carteira de empréstimos cresceu cerca de 5%, para os €13,4 mil milhões, as poupanças guardadas no banco subiram quase 3%, para os €22,6 mil milhões.
Quanto à qualidade dos ativos, o Crédito Agrícola revela que o rácio bruto de crédito malparado - isto é, os empréstimos que deixaram de ser pagos - baixou para os 4,3% no final do primeiro semestre, valor que compara com os 6,5% registados um ano antes. O grupo justifica esta melhoria com o regresso de contratos de habitação e empresariais ao cumprimento.