Na avaliação apresentada, o FMI atualizou as perspetivas de crescimento (em relação a outubro) de 4,7% para 6% este ano e de 4,7% para 5% em 2025.
A melhoria transforma a desaceleração antes prevista, face a 5,1% em 2023 para 4,7% em 2024, num incremento do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).
O arquipélago reforça ainda a posição acima da média dos países da região da África subsaariana, que o FMI prevê que cresçam 3,6% este ano e 4,2% em 2025.
"Sim, houve uma atualização desde a nossa última previsão", referiu Justin Tyson, líder da missão do FMI que se deslocou ao país, para a revisão semestral dos dois programas de financiamento em curso -- e que mereceram avaliação positiva.
"Atualmente, projetamos um crescimento, este ano de 6%, de 5% no próximo ano e convergindo para 4,8% do médio prazo: é uma previsão de crescimento maior do que tínhamos da última vez", e que constava da última publicação das Perspetivas Económicas Mundiais, durante as reuniões anuais do FMI e Banco Mundial em Washington, no final de outubro.
Da mesma forma, o FMI prevê que "o défice da conta corrente seja muito menor este ano do que havíamos previsto inicialmente. Portanto, o resultado é mais positivo", resumiu Tyson.
Na base do 'upgrade' está o crescimento do turismo, "mais forte do que esperávamos", acrescentou.
"O turismo está a crescer muito, as importações foram menores do que o esperado e as exportações foram maiores, então, sim, é uma melhoria", resumiu.
"A inflação deverá ficar abaixo de 2% em 2024, aproximando-se, no médio prazo, da inflação na zona euro" e "prevê-se que o défice da balança corrente diminua em 2024 e estabilize em cerca de 2,5% no médio prazo", segundo a nota do FMI hoje distribuída.
A melhoria das previsões do FMI acompanhou, embora de forma mais modesta, a revisão em alta feita pelo Banco de Cabo Verde (BCV) que, no início do mês, subiu as previsões de crescimento neste e no próximo ano, para 6,1% e 5,6%, respetivamente, sobretudo devido ao impulso acima do esperado do setor do turismo.
Em abril, as estimativas para este ano apontavam para um crescimento de 5%, mas "os últimos dados indicam que vamos ter, em 2024, um crescimento de 6,1%, que é suportado do lado da procura pela exportação de serviços e pela dinâmica do consumo privado", referiu o governador, Óscar Santos, em conferência de imprensa, na Praia.
Para 2025 e 2026, "o BCV projeta um crescimento mais moderado, em torno de 5,6% e 5,3%", respetivamente, "mesmo assim, ligeiramente acima do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) potencial" - e acima da previsão de 5,4% para 2025, feita em abril.
Entre as previsões do FMI e BCV ficam as previsões do Governo, aquando da elaboração do Orçamento de Estado para 2025, aprovado este mês no parlamento: o executivo espera que o PIB cresça até 5,3% em 2025 -- ultrapassando o valor nominal equivalente a 2,5 mil milhões de euros -- e que a inflação ronde 1,7% no próximo ano.
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