As famílias portuguesas que optaram por aplicar as suas poupanças em ações, obrigações, unidades de participação ou títulos de dívida viram a sua carteira de títulos valorizar 48% entre o final de 2019 e o final de 2024.

Segundo dados divulgados nesta quarta-feira pelo Banco de Portugal, aqueles ativos totalizavam 49,6 mil milhões de euros, ultrapassando em 16,1 mil milhões o valor de dezembro de 2019.

Aquela evolução resultou, essencialmente, de transações e variações de preço. Nos últimos cinco anos, o valor da carteira das famílias apenas diminuiu entre o final de 2021 e o final de 2022.

Em termos de composição, o peso das unidades de participação em fundos de investimento aumentou de 58% em dezembro de 2019 para 70% no final de 2024. Também as ações cotadas têm vindo a ganhar relevância: o seu peso na carteira das famílias passou de 14% em dezembro de 2019 para 17% no final de 2024, refere o Banco de Portugal. Em julho deste ano, as ações cotadas emitidas por entidades residentes valorizaram-se em 2,3 mil milhões de euros.

No final de julho de 2025, o stock de ações cotadas emitidas por entidades residentes atingiu 70,7 mil milhões de euros, mais 2,3 mil milhões face ao mês anterior. Esta subida refletiu as valorizações das ações das empresas não financeiras (+1,4 mil milhões de euros) e do setor financeiro (+922 milhões de euros).

Em contrapartida, a relevância dos títulos de dívida na carteira das famílias diminuiu 15 pontos percentuais, para 12% no final de 2024. No final de julho de 2025, o valor total dos títulos de dívida emitidos por entidades residentes era de 320,5 mil milhões de euros, mais 2 mil milhões do que no mês anterior.

Nos títulos de dívida, perdeu peso a emissão por entidades residentes em Portugal, que recuou de 77% para 33%. Em contrapartida, aumentou a importância dos títulos de dívida emitidos, em particular, por residentes no Reino Unido, Luxemburgo, Países Baixos, Estados Unidos da América e Alemanha, que em dezembro de 2024 representavam entre 13% e 6%.

Segundo o Banco de Portugal, no final de julho, os títulos de dívida ESG emitidos por entidades residentes totalizavam 13,7 mil milhões de euros (4,3% do stock total de títulos de dívida emitidos por residentes), menos 723 milhões de euros do que no mês anterior.