
A guerra comercial está ao rubro e as bolsas reagiram entrando no vermelho. Os especialistas avisaram: as tarifas impostas por Donald Trump poderiam impactar o mundo mais do que a crise pandémica, e os analistas previram que o crescimento económico do próprio país poderia ser posto em causa. Hoje, o banco de investimento Goldman Sachs subiu a probabilidade de uma recessão nos Estados Unidos de 35% para 45%, devido aos receios sobre o impacto das tarifas globais apresentadas pelo Presidente norte-americano na semana passada.
Hoje, a Comissão Europeia, que detém a competência da política comercial na União Europeia, criticou a “mudança de paradigma” no comércio mundial com a nova política norte-americana, marcada pela imposição de novas tarifas, defendendo preparação na União Europeia para os próximos passos.
A Comissão Europeia disse hoje não ser “do interesse da economia em geral” nem da União Europeia ver as bolsas de valores, nomeadamente comunitárias, com quedas superiores a 5%, em pânico pela aplicação de tarifas dos EUA.
Todos os blocos económicos estão a mobilizar-se e as bolsas mundiais reagem à quebra de confiança. O mercado continua a ser afetado pela entrada em vigor das tarifas impostas pelo Presidente do EUA, Donald Trump, aos parceiros comerciais dos Estados Unidos e pelas medidas de retaliação anunciadas pela China, que podem ser seguidas pelas de outras grandes economias, como a da União Europeia.
A Comissão Europeia disse hoje não ser “do interesse da economia em geral” nem da União Europeia ver as bolsas de valores, nomeadamente comunitárias, com quedas superiores a 5%, em pânico pela aplicação de tarifas dos Estados Unidos. “Penso que todos concordam que não queremos ver os mercados e as bolsas a afundarem-se. Não é do interesse da economia em geral, nem da economia europeia, e é tudo o que podemos dizer por agora”, reagiu a porta-voz principal do executivo comunitário, Paula Pinho, na conferência de imprensa diária da instituição, em Bruxelas.
Bolsa de Lisboa caiu hoje 5,6%
Segundo a agência Lusa, a bolsa de Lisboa encerrou hoje em queda, com o índice PSI a cair 5,63% para 6.262,28 pontos e todas as cotadas no vermelho, num dia negativo também para as principais praças europeias.
As 15 cotadas do PSI desvalorizaram-se todas nesta sessão, numa altura em que os mercados reagem de forma negativa às tarifas impostas norte-americanas e as retaliações que se seguem. A liderar as quedas ficou a Galp Energia, que perdeu 8,96% para 13,11 euros, seguida pela EDP, que caiu 8,08% para 2,90 euros, e a Mota-Engil, que se desvalorizou 6,78% para 2,92 euros.
Na Europa, o dia também foi marcado por quedas pronunciadas, sendo que a praça de Madrid afundou 5,12%, a bolsa de Paris caiu 4,78%, Londres recuou 4,38% e Frankfurt cedeu 4,26%.
Wall Street abriu em queda principais índices baixam 3,5%
A bolsa de Wall Street começou a semana com perdas acentuadas nos principais índices a caírem cerca de 3,5% nos primeiros minutos da sessão. Cerca das 14:50 em Lisboa, o industrial Dow Jones perdia 3,56%, voltando a iniciar, à semelhança de sexta-feira, com perdas superiores a mil unidades (1.364,69 pontos), para 36.950,17 pontos.
Ao mesmo tempo, o tecnológico Nasdaq acumulava perdas de 3,93% para 14.974,51 pontos. No mesmo sentido, o S&P 500 recuava 3,46% para 4.898,37 pontos, destacando-se o desempenho de algumas das chamadas ‘sete magníficas’ – a Tesla e a Apple sobressaíam no arranque pela negativa.
O principal índice da Bolsa de Valores de Hong Kong caiu hoje 13,2%, a maior queda num só dia desde outubro de 2008, quando o índice perdeu mais de 2.000 pontos no meio da crise financeira global desse ano.
O principal índice da Bolsa de Valores de Hong Kong caiu hoje 13,2%, a maior queda desde a crise de 2008, face ao agravamento da guerra comercial entre Pequim e Washington. O Hang Seng caiu 3.021,5 pontos, para 19.828,30, enquanto o índice que mede o desempenho das empresas da China continental cotadas em Hong Kong, o Hang Seng China Enterprises, caiu 13,75%.
Trata-se da maior queda num só dia desde outubro de 2008, quando o índice perdeu mais de 2.000 pontos no meio da crise financeira global desse ano.
Da mesma forma, as bolsas de Xangai e de Shenzhen caíram 7,34% e 9,66%, respetivamente, num dia marcado pela reação do mercado às contramedidas chinesas anunciadas na sexta-feira às taxas impostas por Washington sobre produtos do país asiático.
(Com Lusa)