
Depois de desafiar o primeiro-ministro, Luís Montenegro, para um acordo estratégico no âmbito da Defesa e propor a criação de unidade de coordenação para emergências hospitalares, o secretário-geral do PS propõe agora ao Governo soluções para resolver a crise da Habitação.
As propostas foram enviadas numa nova carta, enviada na semana passada ao primeiro-ministro, a que o jornal Público teve acesso.
Na lista de sugestões feitas por José Luís Carneiro, há propostas de caráter estrutural criadas ou reforçadas nos governos de António Costa, mas também de natureza conjuntural. Nessa perspetiva, o socialista lembrou a importância de reforçar a resposta em casos de situação de emergência, dado como exemplo casos como o das famílias que ficaram desalojadas no bairro do Talude, em Loures, e na Amadora.
Uma das propostas é o reforço do investimento nos programas de apoio ao arrendamento, mas sem especificar a dimensão desse reforço. José Luís Carneiro deixa essas contas para o executivo.
Outra medida sugerida passa pela criação do Programa Nacional de Construção de Habitação a custos acessíveis de modo a aumentar a oferta que, de momento, é reduzida, levando consequentemente ao aumento dos preços das casas.
Carneiro assenta parte dos seus eixos de atuação em parcerias entre o Estado, com as autarquias, IPSS, cooperativas e agentes económicos, para que se encontrarem soluções face às “necessidades de alojamento urgente e habitação a custos acessíveis”.
As propostas para a Defesa e para a Saúde
José Luís Carneiro não poupou nas críticas ao Governo no passado mês de julho, mas também quis apresentar soluções. Numa primeira carta enviada ao primeiro-ministro, o secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, propunha um "Acordo Estratégico para um Plano de Desenvolvimento Nacional e de Capacitação da Defesa" com um prazo definido de três meses.
Segundo a carta a que a SIC Notícias teve acesso, o líder socialista pede uma audiência formal para dar início a esse entendimento e critica o anúncio surpresa de Portugal na Cimeira da NATO sobre o aumento do investimento em Defesa para 2% do PIB este ano e 5% até 2035.
Carneiro defendia ainda que decisões desta dimensão exigiam consenso político alargado e apela à criação de um grupo de trabalho PS/PSD.
Dias depois, José Luís Carneiro sugeria a Montenegro a criação de uma unidade de coordenação para emergências hospitalares, para resolver um problema numa área em que acusa o Governo de ter falhado.
Em conferência de imprensa na sede do PS, em Lisboa, José Luís Carneiro referiu que dialogou com pessoas nas áreas da proteção civil, na saúde e no socorro e detetou"umacrise profundana coordenação dos meios".
José Luís Carneiro referiu que o Governo PSD/CDS-PP "prometeu há um ano encontrar soluções para a coordenação da emergência hospitalar" e ainda "não foi capaz de resolver e falhou nessa proposta", numa altura em que o país está às portas do período crítico do verão.
Para o líder do PS, é um "imperativo cívico responder a esta necessidade que se tem vindo a abater sobre o país", considerando"absolutamente inaceitável"que uma mulher que que "quer dar à luz,tem que andar de terra em terra a tocar a campainha dos hospitais para saber se pode ter o seu bebé".