A Caixa Geral de Depósitos (CGD) e o Millennium BCP conhecem nesta sexta-feira os resultados dos testes de stress realizados pela Autoridade Bancária Europeia (EBA). O organismo da União Europeia (UE) que é responsável por garantir a regulação e supervisão prudenciais em todo o setor bancário europeu analisou 64 instituições financeiras.

Estes testes colocam à prova a solidez dos balanços financeiros dos bancos a cenários extremos de crises económicas. Na avaliação que será divulgada ainda não serão avaliados os riscos geopolíticos, uma variante que o Banco Central Europeu (BCE) pretende ver introduzida em 2026.

Serão analisados 168 pontos do balanço das instituições financeiras num cenário base e comparado o seu comportamento num cenário adverso.

Na conferência de imprensa da apresentação de resultados da CGD, realizada nesta quarta-feira, o CEO, Paulo Macedo, adiantou que “o banco teve bons resultados nos testes de esforço”.

A CGD e o Millennium BCP são as únicas duas instituições financeiras a operar em Portugal que serão objeto daqueles testes. Em Espanha serão seis os bancos testados, o mesmo número em Itália, o dobro na Alemanha e três bancos gregos também fazem parte da lista.

Uma das responsabilidades da EBA é garantir o funcionamento ordenado e a integridade dos mercados financeiros, bem como a estabilidade do sistema financeiro na UE. Para tal, a EBA tem o mandato de monitorizar e avaliar a evolução do mercado, bem como identificar tendências, riscos potenciais e vulnerabilidades decorrentes do nível microprudencial.

Um dos principais instrumentos de supervisão para realizar essa análise é o exercício de testes de esforço aos bancos à escala da UE. O Regulamento da EBA confere à Autoridade poderes para iniciar e coordenar os testes de esforço em cooperação com o Comité Europeu do Risco Sistémico (CERS). O objetivo desses testes é avaliar a resiliência das instituições financeiras a desenvolvimentos adversos do mercado, bem como contribuir para a avaliação global do risco sistémico no sistema financeiro da UE.

Os testes de esforço à escala da UE da EBA são realizados de forma ascendente, utilizando metodologias, cenários e pressupostos fundamentais consistentes, desenvolvidos em cooperação com o CERS, o Banco Central Europeu (BCE) e a Comissão Europeia.