O Banco Comercial e de Investimentos (BCI), subsidiário moçambicano da portuguesa Caixa Geral de Depósitos (CGD), encerrou o primeiro semestre de 2025 com lucros de 3.706 milhões de meticais (49,8 milhões de euros), uma subida de 4,4% face ao período homólogo do ano anterior.

O desempenho contrasta com a quebra de 26,18% registada em 2024, quando os resultados líquidos caíram para 6.039 milhões de meticais (81,2 milhões de euros), após o recorde de 8.181 milhões de meticais (110 milhões de euros) alcançado em 2023.

Segundo o relatório financeiro agora divulgado, o activo total do BCI atingiu 249.673 milhões de meticais (3.361 milhões de euros), dos quais 68.411 milhões de meticais (921 milhões de euros) correspondem a crédito a clientes. Do lado do passivo, destacam-se os depósitos, que somaram 195.748 milhões de meticais (2.635 milhões de euros), num total de 213.783 milhões de meticais (2.878 milhões de euros).

Um dos factores que contribuiu para o resultado positivo foi a recuperação de várias operações de crédito no valor de 350 milhões de meticais (4,7 milhões de euros), fruto de acordos estabelecidos com clientes devedores. A instituição realça que esta evolução reforça a confiança na capacidade do banco de gerir riscos e, ao mesmo tempo, gerar valor para os accionistas.

O BCI mantém uma estrutura accionista liderada pela Caixa Participações (51%), braço do grupo CGD, seguido pelo banco português BPI (35,67%) e pela própria CGD (10,51%). O capital social da instituição situa-se nos 10 mil milhões de meticais (138 milhões de euros), e a operação conta actualmente com mais de 2.700 colaboradores.

A queda nos lucros de 2024 esteve associada sobretudo ao aumento de 127,1% dos custos com imparidades e provisões, reflexo da prudência adoptada face ao risco de crédito e soberano, num contexto pós-eleitoral considerado adverso e marcado pela ameaça de downgrade do rating do país. Apesar disso, os rácios de capital e liquidez permanecem “muito confortáveis”, segundo a administração.

Com foco na resiliência, o conselho decidiu não distribuir dividendos relativos a 2024, opção que permitiu reforçar o balanço e preparar a instituição para eventuais choques externos. “O banco reforça a sua solidez e mantém a capacidade de responder a desafios nacionais e internacionais”, assinala o documento citado pela Lusa.