A futura sede do Banco de Portugal em Entrecampos, em Lisboa, foi comunicada pelo banco central, em maio, como um investimento de 192 milhões de euros. Contudo, o valor respeita apenas ao valor das obras estruturais, sem os acabamentos, os quais poderão fazer o custo total da sede subir para 235 milhões de euros, segundo noticiou o “Observador”.

O valor apontado pelo jornal considera uma referência avançada pela empresa Ficope num relatório técnico para o Banco de Portugal, que avalia em 1485 euros por metro quadrado o custo de fit out (acabamentos e recheio) dos 29 mil metros quadrados que o banco central deverá ocupar, encarecendo a futura sede em 43 milhões de euros.

De acordo com outras fontes do mercado imobiliário ouvidas pelo “Observador”, os encargos de acabamento poderão ser superiores e aproximar-se dos 3 mil euros por metro quadrado, o que elevaria para 87 milhões de euros o custo desta parcela do investimento (acrescento aos 192 milhões de euros publicamente assumidos pelo Banco de Portugal).

O jornal reporta ainda a existência de vários alertas dos consultores técnico e jurídico do Banco de Portugal em relação à nova sede, em que se incluem as incertezas sobre a conclusão do licenciamento da nova sede, a potencial sujeição do parque de estacionamento do edifício a avaliação de impacte ambiental e a potencial necessidade de alterar o uso autorizado de comércio para serviços.

O investimento em Entrecampos foi objeto de um contrato-promessa assinado no início de maio entre o Banco de Portugal e a Fidelidade, seguradora proprietária dos terrenos e responsável pela promoção imobiliária. A concretização final da transação está prevista para o final de 2027.

Ao Observador o Banco de Portugal defendeu que o contrato-promessa salvaguarda os interesses do banco perante as contingências e riscos associados ao licenciamento da obra.