
Há décadas que a Lamborghini e a Ferrari, ambas marcas italianas icónicas no mundo dos automóveis desportivos de luxo, são rivais nos negócios e competem pela liderança do mercado. Conta-se que a disputa vem de longe: Foi no inicio dos anos 60 que Ferruccio Lamborghini, então fabricante de tratores, desafiou Enzo Ferrari a melhorar os seus desportivos, e a sua audácia não foi bem recebida. Decidiu então criar um automóvel que fizesse frente aos Ferrari, iniciando uma rivalidade para ver quem construía o automóvel mais rápido da época.
Longes vão esses dias, mas as duas marcas continuam a competir entre si, no asfalto e nos negócios. Foi no início deste mês que ambas publicaram os seus resultados trimestrais, demonstrando que o arranque do ano de 2025 foi acelerado para as duas marcas. Em 2024, a Ferrari faturou cerca de 6,7 mil milhões de euros, mais do dobro dos 3,1 mil milhões de euros da Lamborghini.
Em 2024, a Ferrari, com uma força de trabalho de 5.435 pessoas, vendeu 13.752 automóveis, e a Lamborghini vendeu 10.687 automóveis, com uma equipa bem menor.
No primeiro trimestre deste ano, a Ferrari apresentou receitas de 1,8 mil milhões de euros, ou seja, qualquer coisa como 498,1 mil euros por carro vendido e a Lamborghini gerou cerca de 895 milhões de euros, cerca de 301,7 mil euros por automóvel. Em 2024, a Ferrari, com uma força de trabalho de 5.435 pessoas, vendeu 13.752 automóveis, e a Lamborghini vendeu 10.687 automóveis, com uma equipa bem menor.
Lamborghini evidencia maior eficiência na produção
No entanto, quando se comparam as duas empresas numa base anual, surgem diferenças claras nas suas estratégias, quer nos que diz respeito às receitas por empregado, quer às unidades vendidas. A equipa de analistas da plataforma online BestBrokers analisou as contas das duas companhias e concluiu que, em 2024, a Lamborghini vendeu 4,1 carros por empregado, quase o dobro dos 2,5 carros por empregado da Ferrari. Ora, segundo o research desta equipa, esta diferença deve-se, sobretudo, ao facto de a Lamborghini ter uma força de trabalho significativamente mais pequena. Porém, apesar de ter menos empregados, o número total de carros vendidos pela Lamborghini foi apenas 22,3% inferior ao da Ferrari, o que evidencia a sua maior eficiência produtiva.
Por outro lado, a Ferrari foi considerada como a empresa automóvel com o maior lucro líquido por trabalhador em 2024. Com um lucro líquido de 1,58 mil milhões de dólares (cerca de 1,40 mil milhões de euros) ganhou aproximadamente 291,4 mil dólares (cerca de 259,5 mil euros) por funcionário. Em média, a Ferrari gera um milhão de dólares a cada cinco horas.
O relatório da BestBrokers incidiu sobre os dados financeiros das 235 maiores empresas cotadas em Bolsa por capitalização bolsista a 7 de abril de 2025, com base no site Companies Market Cap e na análise exaustiva dos seus relatórios anuais oficiais. Uma vez que a Lamborghini não está cotada na Bolsa, mas opera como parte do Grupo Audi e da Volkswagen, foram utilizados apenas os valores das suas receitas anuais para os cálculos.