A Vuelta a Espanha entrou em solo espanhol com espetáculo, mas também com polémica. A quinta etapa, um contrarrelógio coletivo de 24 quilómetros, prometia ser apenas uma batalha de força e coordenação entre as melhores equipas do pelotão. Só que o guião mudou quando a Israel-Premier Tech foi travada durante a prova.

Durante a prestação da formação israelita, um grupo de manifestantes entrou na estrada, agitando bandeiras e panos com as cores da Palestina. O bloqueio foi tão repentino que nem as motos da polícia conseguiram evitar o embaraço: os ciclistas ficaram sem espaço para manobrar e foram obrigados a interromper o esforço, perdendo tempo.

Não foi um caso isolado. Ao longo dos últimos meses, várias provas internacionais de ciclismo têm sido palco de protestos contra a política israelita na Faixa de Gaza e na Cisjordânia. A Israel-Premier Tech tornou-se alvo preferencial, por ser financiada por Sylvan Adams, empresário que nunca escondeu o seu apoio ao Estado de Israel.

No Giro de Itália, manifestantes chegaram a bloquear dois corredores perto de Nápoles. No Tour de França, um ativista conseguiu invadir a zona da meta em Toulouse. Agora, a história repete-se na Vuelta, mostrando que o protesto também encontrou palco no ciclismo.