Por terras de Sua Majestade, fazer uma vénia a William, o Príncipe de Inglaterra, é algo habitual e nada estranho. É algo já está enraizado na cultura britânica.

Em Portugal, pois bem, nem tanto. Ainda assim, habitue-se a cidade invicta a este gesto porque William Gomes, o novo príncipe do Porto, vai fazendo por merecer esse reconhecimento.

O extremo brasileiro que chegou proveniente do São Paulo na última temporada não encantou numa primeira instância, contudo, aos poucos, vai-se afirmando como uma peça essencial deste renovado FC Porto de Farioli que tem em William Gomes uma verdadeira caixinha de surpresas.

Esta noite em Alvalade, no seu primeiro clássico ao serviço dos Dragões, mereceu a titularidade e não desiludiu, naturalmente. Marcou um golo de tirar o chapéu e selou a vitória do conjunto de Farioli em Lisboa. Daí a vénia.

O criativo brasileiro foi, sem dúvida, o elemento mais perigoso dos dragões durante o encontro. Não faz por menos também. Está presente nos momentos de transição, no último passe, na finalização e, em certos momentos em que se requer alguma imaginação, William aparece também para resolver com critério. No momento do golo, pega na bola perto do canto direito da grande área e, frente a dois adversários faz um remate perfeito em arco que só a alguns compete.

William não tem medo de assumir esse protagonismo. Mal seria se assim fosse, dada a relação que tem com a bola. Em Alvalade tratou-a como se a ele próprio pertencesse, o que não é o caso, visto que foi a primeira vez que pisou a casa dos leões.

Aliás, até a posição que ocupa, pertence teoricamente a Pêpê. O próprio William o reconheceu depois do jogo, em entrevista.

No entanto, a concorrência vai-se impondo e a verdade é que, nestas condições, William aparecer novamente como titular, mesmo depois do regresso do colega, não seria surpresa alguma. É uma batalha que se mostra saudável e que irá certamente ajudar o FC Porto a manter o nivél de competitividade independentemente do jogador que atue naquela posição. Além disso, a posição de extremo esquerdo também não será algo a descartar.

O FC Porto tem muito a ganhar com a utilização de William Gomes.

Assim sendo, numa altura em que a jóia da Coroa Azul e Branca, Rodrigo Mora, poderá estar de saída do clube, surge uma nova figura irreverente para encantar as bancadas do dragão.

Neste sentido, desfrute-se do seu futebol e aprecie-se aquilo que o mesmo tem para dar. E, se for caso para isso, tal como hoje, uma vénia seja feita.