A ausência de tarjas e bandeiras da claque Super Dragões no jogo-treino entre o FC Porto e o Twente, de domingo, saltou à vista. A zona habitualmente destinada aos elementos do grupo esteve praticamente deserta, com exceção algumas dezenas de adeptos que aqui e ali pintalgavam o sector.

Ora, o ponto de situação da relação institucional entre a claque e o clube levanta, de momento, mais dúvidas do que certezas. Em primeiro lugar é necessário ter em conta que o protocolo que guiava a ligação foi denunciado pelos Super Dragões, o que anulou a renovação automática que estava prevista no documento que vigorou em 2024/25.

De acordo com as informações recolhidas por Record, apesar da Autoridade de Prevenção e Combate à Violência no Desporto (APCVD) manter ainda no seu site, como vigente, o protocolo, datado de 2 de agosto de 2024, a instituição já recebeu a comunicação formal de que a claque denunciou o mesmo, devendo a informação ser atualizada publicamente nos próximos dias.

A APCVD, de resto, mantém uma estreita comunicação com todos os clubes no que diz respeito à relação destes com os seus grupos organizados de adeptos, sendo que, no caso do FC Porto, está até prevista para os próximos dias uma reunião com o FC Porto para fazer o ponto de situação da próxima temporada.

Já esta segunda-feira, a claque emitiu uma nota na sua conta no Instagram na qual dá conta da sua leitura sobre o processo, garantindo não ter "qualquer problema com a atual direção do clube".

"Os Super Dragões mantêm o seu total apoio incondicional ao FC Porto. Não existe qualquer problema com a atual Direção do Clube. Encontra-se apenas em curso uma fase de negociação de um novo protocolo entre os Super Dragões e o FC Porto, com vista à próxima época desportiva. As propostas estão a ser debatidas com o objetivo comum de reforçar o apoio ao Clube e garantir as melhores condições para todos os sócios", pode ler-se num comunicado assinado por Lieto, Tico, Rui Almeida, Eduardo Cardoso, Bruno Azevedo, Fernando, Filipe e Ivo.

Ainda segundo apurou Record, este tem sido um processo especialmente complexo, na medida em que no interior do grupo é discutida a possibilidade de eleições, depois de uma Comissão de Gestão ter tomado conta dos destinos da claque na sequência da demissão dos anteriores órgãos sociais face à evolução da Operação Pretoriano e o seu mandato ter, entretanto, expirado. Quer isto dizer que, até que liderança dos Super Dragões seja clarificada e devidamente reconhecida, a assinatura de um novo protocolo terá de esperar.

Em pano de fundo, de recordar que a semana agora iniciada vai contemplar um ponto de especial importância no que diz respeito à Operação Pretoriano, onde são arguidos alguns elementos dos órgãos sociais anteriores, com destaque para Fernando Madureira e Sandra Madureira, antigos presidente e vice-presidente da claque. É que a leitura do acórdão da Operação Pretoriano está marcada para dia 31, esta quinta-feira, ficando-se aí a saber a decisão judicial sobre o caso.