
A Supertaça entre o Sporting, campeão nacional e vencedor da Taça de Portugal, e o Benfica, finalista, "é sempre um jogo imprevisível", segundo o antigo futebolista e treinador-adjunto Carlos Pereira, que salienta o "ritmo competitivo diferente" dos leões.
"Nesta altura a condição física das equipas também não é a melhor, mas é sempre um Sporting-Benfica e prevê-se que possa ser um bom jogo, mas ainda com algumas lacunas de parte a parte", começou por dizer à agência Lusa o ex-defesa, de 76 anos, que alinhou pelo clube de Alvalade, no período entre 1972 e 1975, voltando, posteriormente, como adjunto do ex-selecionador nacional Paulo Bento, de 2005 a 2009.
Na quinta-feira, leões e águias voltam a medir forças para a Supertaça seis anos depois, quando se defrontaram em 2019, igualmente no Estádio Algarve, na altura com triunfo dos encarnados por 5-0, com o irmão do antigo líder do departamento de prospeção leonino, Aurélio Pereira, a defender que a equipa orientada por Rui Borges parte com alguma vantagem para um "jogo que é sempre imprevisível", uma vez que iniciou a pré-época mais cedo.
"Sim, nesse campo acho que o Sporting parte em vantagem. Já têm um ritmo competitivo diferente e poderá ser decisivo no confronto. No entanto, é sempre um jogo imprevisível e o Benfica vai querer também marcar a sua presença numa final que é sempre uma final", argumentou.
Não é fácil agora jogar sem Gyökeres e esta saída vai fazer mossa na forma de jogar
Carlos Pereira
Antigo jogador
Sem querer apontar um favorito, o vencedor de um campeonato e duas Taças de Portugal na sua passagem como jogador pelo Sporting, falou, depois, da "lacuna grande" do plantel bicampeão nacional e vencedor da última edição da Taça de Portugal.
"A diferença não é assim tão grande. Mesmo estando o Benfica algo cansado pelas circunstâncias do Mundial de clubes, acho que o Sporting terá agora uma lacuna grande. O entrosamento que tinha com o Gyökeres não se vai manifestar. É um jogo de tripla, é sempre um duelo, uma final, a disputa de um troféu e não há, para já, um favorito", defendeu.
O ex-adjunto de Paulo Bento, que contribuiu para a conquista de duas Taças de Portugal e duas Supertaças Cândido de Oliveira assim que regressou ao clube, reforçou que "o Sporting vai estar algum tempo para se adaptar" a jogar sem o avançado sueco, de 27 anos, que assinou 97 golos e 27 assistências durante as últimas duas temporadas.
"Não é fácil agora jogar sem Gyökeres e esta saída vai fazer mossa na forma de jogar. O [treinador] Rui Borges terá de adaptar o sistema de jogo sem ele, vai criar mais alternâncias de jogo e outras soluções. É uma saída de um jogador muito importante, a equipa estava muito rotinada com ele e ele com a equipa. É uma lacuna bastante difícil de colmatar", concluiu.
Na edição passada, o FC Porto conquistou o título, derrotando o Sporting por 4-3, após prolongamento, depois de um empate 3-3 no tempo regulamentar.
O FC Porto é a equipa com mais títulos (24), enquanto o vencedor da edição deste ano vai destacar-se no segundo lugar, uma vez que leões e águias estão igualados com nove troféus cada.