Depois de quase três décadas de ligação a Red Bull poderá no final deste ano de 2025 deixar a parceria com a KTM colocando um ponto final naquela que é a parceria de patrocínio mais longa na história do desporto motorizado e que valeu 21 vitórias no Dakar, 3 títulos mundiais Moto3 (Cortese, Binder e Acosta) e outros tantos em Moto2 graças a Gardner, Fernandez e Acosta, coroas ás quais se juntam desde 2017 as sete vitórias em MotoGP, duas de Binder e cinco de Miguel Oliveira.

O contrato de patrocínio que liga ambas as marcas tem um valor compreendido entre os 12 e os 15 milhões de euros e poderá mesmo terminar de forma definitiva no final deste ano pois a Red Bull – a terceira marca em termos de vendas a nível mundial no seu sector – não mostra agrado por ser regularmente batida pelos pilotos da Monster Energy Drink (Bagnaia, Bezzecchi, Quartararo e Morbidelli) e a ligação da marca americana com a Ducati revelou ainda mais esse desnível em termos de vitórias num campeonato onde os austríacos não vencem uma corrida com piso seco desde 6 de Junho de 2021 quando Miguel Oliveira foi primeiro na Catalunha, ele que deu igualmente à marca a última vitória em piso molhado no dia 2 de Outubro de 2022 em Buriram.

A Red Bull tem na sua lista de pilotos o campeão do mundo MotoGP, Jorge Martin, mas quer mais…e deixar as carenagens da KTM pode ser uma solução, eles que fazem deslocar a cada GP europeu do calendário a imponente ‘Power Station’…um prédio de três andares totalmente construído em madeira e que é transportado em 16 camiões num esforço cujos custos são partilhados entre a KTM e a marca fundada por Dieter Mateschitz.

O final deste ligação poderá trazer não apenas mais problemas financeiros à KTM mas igualmente mais dificuldades na evolução das RC16 desde 2022 a KTM trabalha em ligação directa com a estrutura da Red Bull na Fórmula 1 – com sede em Milton Keynes na Inglaterra – no desenvolvimento aerodinâmico das suas motos e com uma equipa de 150 engenheiros dedicados em exclusivo a tal departamento, sendo que foi também graças à ligação com a Red Bull que a KTM assinou o acordo com a Mobil para o desenvolvimento dos combustíveis ‘bio’ utilizados no campeonato do mundo.

Se a casa de Salzburgo deixa ‘sem tempero’ a KTM não vai ser fácil a evolução das RC16 e a manutenção de outras equipas, podendo igualmente estar em risco a Red Bull Rookies Cup, a ‘cantera’ que tantos pilotos já deu ao MotoGP, mas por agora resta aguardar para se saber se em 2026 teremos as laranjas com muito sangue de touro nas suas carenagens…o mesmo se passando com as equipas MX, SX, Enduro, Rallye…e demais investimentos feitos em parceria.