O Benfica joga, esta quarta-feira, a primeira de duas finais, ante o Fenerbahçe, rumo ao objetivo de marcar presença na fase de liga da Liga dos Campeões. Em jogo está o prestígio, mas também os largos milhões, até porque os prémios monetários mudaram na época passada - com este novo formato - e os clubes podem ganhar mais do que nunca.

Para os mais distraídos, a Liga dos Campeões mudou de formato na última época - relembre aqui as novidades - e, com isso, mudará também os valores envolvidos e a forma como os prémios monetários serão distribuídos pelas 36 equipas em prova, entre as quais o Sporting e potencialmente o Benfica. Isto deve-se, em grande parte, ao facto do prémio total a ser distribuído pelos participantes na Liga dos Campeões e Supertaça Europeia ter aumentado de 3,5 mil milhões de euros para 4,4 mil milhões de euros em 2024/25. Um aumento de 900 milhões de euros a serem distribuídos por todos os participantes.

Para começar, qualquer equipa que garanta o acesso direto à fase final da nova Liga dos Campeões, a fase de liga, terá direito a 18,62 milhões de euros, um crescimento de quase três milhões face aos 15,64 que os clubes receberam por chegar à fase de grupos da Champions League em 2023/24. De notar que deixa de contar apenas o valor referente ao coeficiente da UEFA relativo aos últimos 10 anos, adicionando-se o novo value pillar, que explicaremos mais à frente.

Milhões da performance desportiva

Até 2023/24, qualquer vitória na fase de grupos da Liga dos Campeões valia 2,8 milhões, enquanto cada empate valia 930 mil euros. Esses valores baixaram ligeiramente. A partir da época passada, cada vitória na fase de liga vale 2,1 milhões, enquanto cada empate vale 700 mil euros. Contudo, é preciso ter em conta que cada equipa disputará oito jogos, ao invés dos habituais seis. Uma equipa que vença os oito jogos, por exemplo, receberá 16,8 milhões, o mesmo valor que receberia se vencesse os seis jogos da fase de grupos, até então.

É a partir daqui que o formato de prémios financeiros mais se alterou. Cada equipa recebe um bónus referente à sua posição final na fase de liga. O último classificado, o 36º, recebe 275 mil euros, o 35º classificado recebe duas vezes 275 mil euros e por aí fora, até que o 1º classificado vai receber 36 vezes esse valor, o que quererá dizer 9,9 milhões de euros adicionais.

PSG é campeão em título @Getty /

Além disso, cada um dos oito primeiros classificados recebe mais dois milhões de euros, ao qual se juntam os 11 milhões de euros relativos à qualificação para os oitavos de final, enquanto as equipas localizadas entre o 9º e o 16º mais um milhão de euros. Contudo, estas últimas terão de ir a um playoff, juntamente com as equipas localizadas entre o 17º e o 24º lugar, para decidir quem avança para os «oitavos». A ida a esse playoff vale um milhão de euros e os oito vencedores do mesmo (que será disputado a duas mãos) recebem os tais 11 milhões da qualificação para os «oitavos.»

A partir daqui: a qualificação para os quartos de final vale 12,5 milhões de euros (valia 10,6 milhões em 2023/24); a qualificação para as meias-finais vale 15 milhões de euros (valia 12,5 milhões anteriormente) e a qualificação para a final valerá 18,5 milhões de euros (valia 15,5 milhões). O grande vencedor da Champions League receberá 6,5 milhões de euros adicionais (anteriormente 4,5), além dos quatro milhões que recebe pela qualificação para a Supertaça Europeia - cujo vencedor recebe mais um milhão.

Feitas as contas, uma equipa que faça uma fase da liga perfeita, só com vitórias, termine em 1º lugar e acabe a conquistar a prova, assim como a Supertaça Europeia, mais tarde, pode receber um total de 115,82 milhões de euros. Em jeito de comparação, uma equipa que tivesse feito uma Liga dos Campeões perfeita em 2023/24 teria ganho 89,64 milhões de euros - a este valor acrescia o valor da posição no coeficiente da UEFA dos clubes em prova referentes aos últimos 10 anos. Isto significa um possível aumento de até cerca de 25 milhões. Contudo, o bolo financeiro não se fica por aqui.

Há ainda o Value Pillar

Até então, a esse valor relativo à performance desportiva de cada equipa a UEFA juntava ainda, no final da época, o valor referente ao market pool, um valor referente ao valor proporcional de cada mercado televisivo de cada uma das equipas em prova. Isto fazia com que as maiores e mais assistidas equipas a nível mundial via televisivo, como Manchester City, Liverpool ou Real Madrid, por exemplo, recebessem um valor bastante acima dos restantes.

A partir de agora, a UEFA substituiu-o esse market pool por uma ferramenta que chamou de value pillar, que aglomerará o market pool e o coeficiente dos clubes em prova, com a diferença que, daqui em diante, esse coeficiente será calculado com base nos últimos cinco anos, ao invés dos até aqui habituais 10 anos. Este estará dividido em duas partes: a parte Europeia e a parte não Europeia.

Clubes com grandes mercados ganham mais @Getty /

Os montantes que cada clube receberá relativo ao value pillar serão proporcionais ao resultado efetivo das vendas de direitos de transmissão para essa competição nos mercados da UEFA (parte europeia) e todos os outros mercados (parte não europeia). O rácio entre a parte europeia e a parte não europeia basear-se-á nos contratos celebrados com os mercados dos media para todo o ciclo até 1 de julho de 2024.

Por exemplo, se na Champions o valor de todos os direitos de transmissão europeus for 75% das receitas totais dos direitos de transmissão, o value pillar para a competição é dividido em 75% para a parte europeia e 25% para a parte não europeia. Cada clube recebe o total das suas quotas nas duas partes. No fundo, Sporting e Benfica dividirão entre si o valor do mercado televisivo de Portugal vendido para a Europa e outros mercados, sendo que os mercados das Big-5 são, por norma, os mais valiosos e que recebem, por isso, uma maior percentagem deste bolo.

A isto junta-se o coeficiente da UEFA dos clubes em prova referentes aos últimos cinco anos. De seguida, faz-se uma média entre a posição da equipa no tal mercado televisivo e no ranking e posiciona-se as equipas entre 1º e 36º classificado. O último classificado receberá uma parte do valor total - que dependerá da distribuição do mercado europeu e outros -, enquanto o melhor classificado receberá 36 vezes o que recebeu o último. Este cálculo é feito para a parte Europeia e a não europeia e cada clube recebe a soma das duas.