Num desfecho chocante no Grande Prémio da Áustria de MotoGP, a Yamaha viu as suas esperanças desmoronar-se ao terminar a corrida com as quatro motos nas últimas quatro posições da classificação. O icónico Red Bull Ring, já historicamente um palco ingrato para a marca japonesa, tornou-se agora cenário de uma das piores atuações da temporada, deixando o campeão mundial Fabio Quartararo a confessar-se “um pouco perdido”.

Habitualmente um dos homens fortes do pelotão, Quartararo conseguiu apenas um ponto solitário, terminando em 15.º lugar. Refletindo sobre a corrida, o francês não escondeu a perplexidade:

“Sim, depois deste GP estou um pouco perdido.”

A equipa também se encontra em estado de incerteza, à espera de respostas sobre como a M1 irá comportar-se já na próxima ronda, na Hungria.

Uma realidade dura e inegável

A dureza do cenário foi evidente: nenhum dos quatro pilotos Yamaha conseguiu arrancar acima da sexta linha da grelha, e a performance em corrida ainda foi pior. Quartararo admitiu:

“Esperávamos ter dificuldades aqui, mas não tanto.”

Durante os treinos livres e a manhã de sábado, havia sinais encorajadores, mas tudo mudou no sprint e na corrida: a moto perdeu aderência de forma inexplicável.

“O ritmo parecia bom na sexta-feira e no sábado de manhã, mas para o sprint e corrida mudou completamente – havia menos aderência.”

Oliveira confirma o drama

Também o português Miguel Oliveira, da Pramac, relatou dificuldades idênticas com falta de tração, apontando o dedo às fragilidades crónicas da Yamaha:

“Não temos aderência na aceleração à saída das curvas e falta-nos muito apoio traseiro para inclinar a moto e rodar mais rápido.”

Oliveira sublinhou ainda que o talento de Quartararo é o único fator que impede a Yamaha de afundar-se por completo.

Pressão máxima antes da Hungria

As implicações são sérias: com a próxima corrida à porta, a Yamaha está sob enorme pressão para corrigir os problemas gritantes que ficaram expostos na Áustria. Quartararo mantém-se esperançoso:

“Estamos prontos para construir a partir daqui e dar passos em frente.”

Mas o caminho parece cada vez mais tortuoso.

Com o MotoGP a seguir para a Hungria, a questão é clara: conseguirá a Yamaha recuperar e voltar a ser competitiva, ou estará a iniciar-se uma espiral descendente para uma das equipas mais históricas do campeonato?