
Nuno Lobo, candidato derrotado à presidência da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), assumiu-se disponível para confirmar a denúncia de Luís Filipe Vieira, antigo presidente do Benfica, sobre Pedro Proença, atual líder federativo.
“Desta forma, e porque pelo menos um dos pontos mencionados durante a entrevista reveste a forma de crime público, cumpre-me informar que estou e estarei, inteira e totalmente, disponível para prestar declarações, logo que a Procuradoria-Geral da República e o Ministério Público instaurem o competente processo de inquérito, que se impõe”, escreveu Nuno Lobo, antigo presidente da Associação de Futebol de Lisboa (AFL), em comunicado enviado à Lusa.
Nuno Lobo alude às declarações de Luís Filipe Vieira, na passada sexta-feira, em entrevista ao canal televisivo Now, dando conta de um alegado aliciamento ao antigo presidente do Benfica, entre 2003 e 2021, para que o próprio abandonasse a corrida ao ato eleitoral do passado dia 14 de fevereiro, em troca de um cargo e a promessa de que sucederia a Proença quando fosse para a UEFA.
“Resta-me acrescentar que de tudo quanto li e ouvi das declarações de Luís Filipe Vieira – e que possam dizer-me respeito – nada há que careça de correção ou desmentido da minha parte”, vincou.
O advogado, que volta a referir “manobras e atropelos de ética duvidosa, alguns, outros ilegais” no processo eleitoral de sucessão a Fernando Gomes na liderança da FPF, apela ainda às instâncias da administração central a atuarem sobre o sucedido.
“Da mesma forma, e porque a FPF é uma entidade detentora do estatuto de utilidade pública desportiva, estarei, igualmente, disponível para ser ouvido, pela tutela do Governo da República, bem como pelo Instituto Português do Desporto e Juventude, esclarecendo o que entenderem, por bem, em relação à matéria em causa”, salienta.
Pedro Proença, que liderava a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), tornou-se o 32.º presidente da FPF em 14 de fevereiro, sucedendo a Fernando Gomes, que ocupou o cargo nos últimos 13 anos, ao vencer as eleições com 75% dos votos, contra 25% de Lobo.
No sábado, sem identificar visados, a FPF emitiu um comunicado, assegurando não admitir “que os seus nomes e a sua credibilidade sejam, sob qualquer pretexto, colocados em causa”.
“Em conformidade com o exposto, a FPF e o seu presidente reservam-se ao direito de utilizar todos os meios legais disponíveis para defender o seu bom-nome, credibilidade e honorabilidade sempre que os mesmos sejam colocados em causa”, lê-se no referido comunicado federativo.
Mais tarde, na quarta-feira, o MP instaurou um inquérito contra Luís Filipe Vieira, antigo presidente do Benfica, por alegada difamação, revelou à Lusa a Procuradoria-Geral da República (PGR).
“Confirma-se a instauração de inquérito, o qual corre termos no DIAP [Departamento de Investigação e Ação Penal] de Lisboa, e que teve origem em queixa apresentada por alegada difamação e denúncia caluniosa”, referiu a PGR.
Sobre este inquérito, Nuno Lobo, que explicou que não reagiu mais cedo a todo este caso por respeito à memória de Jorge Costa, antigo futebolista e dirigente do FC Porto que morreu na terça-feira, garantiu que também está disponível para qualquer esclarecimento.
“Estou, igualmente, disponível para prestar os esclarecimentos necessários, no âmbito de um outro processo-crime que, segundo o que pude ler e ouvir na imprensa, já foi iniciado por denúncia/queixa (não por iniciativa do MP)”, conclui.