
Apesar dos contratempos, Miguel Oliveira adotou um tom mais otimista ao falar da visão de longo prazo da Yamaha. Com as grandes mudanças regulamentares de 2027 no horizonte, muitos temiam que a fábrica japonesa pudesse estar sobrecarregada, a tentar equilibrar a moto do futuro com os problemas urgentes do presente. Oliveira não vê as coisas assim.
“Em termos de gestão de projeto, não acho que a Yamaha tenha demasiado em mãos”, afirmou. “A moto de 2027 será 80 a 90 por cento baseada no que já temos. Claro que o motor será mais pequeno, a moto mais leve, a largura vai mudar. Mas os fundamentos vão manter-se.”
Essa continuidade, argumentou, significa que o que a Yamaha construir para o próximo ano pode formar uma base sólida para 2027.
“Tudo o que fizermos a partir do próximo ano será uma base para 2027”, explicou.
Mais importante ainda, Oliveira elogiou a Yamaha por não abandonar o presente em nome do futuro.
“Eles não pararam”, disse. “Recebemos evoluções no motor, novos quadros, basculantes, diferentes asas para testar. Continuaram a trabalhar até termos a melhor versão possível da M1. Mérito para eles — o futuro não está a estragar o presente, e isso é algo positivo. Não é fácil de conseguir.”
Para o português, esse compromisso é uma rara fonte de confiança. Os engenheiros da Yamaha estão sob pressão, mas aos seus olhos estão a encontrar o equilíbrio certo: investir no longo prazo sem deixar que o presente colapse completamente.
E numa época em que tem vivido frustração atrás de frustração, esse equilíbrio pode ser o único fator a manter-lhe a fé viva.