
O FC Porto visita este sábado o terreno do Arouca, na 24.ª jornada da Liga. Na conferência de imprensa de antevisão ao duelo, Martín Anselmi acabou por abordar vários aspetos da equipa, que soma apenas uma vitória nos últimos seis jogos.
«O meu trabalho como treinador consiste principalmente em tomar decisões. Para isso, tenho que ter fundamentos e esses têm de partir de entender um porquê, e isso vem da análise profunda dos jogos. Essa análise que fazemos vem do contexto, do rival que defrontámos, o que funcionou ou não, e vamos, a partir dessa análise, encontrar fundamentos para ver se há algo para mudar ou não.»
«Posso fazer 50 remates à baliza do adversário e não marcar. Há coisas que não têm nada a ver com a forma como defendemos. A jogada mais perigosa que o adversário [Vitória de Guimarães] teve no jogo passado, veio de uma bola que era nossa. Perdemo-la, golo do adversário. Então, tenho de analisar essa bola perdida.»
O técnico defendeu depois as ideias que tem procurado implementar nos dragões: «Estamos a recuperar a bola muito rápido e de forma muito intensa. Eu quero ver uma equipa que pressione e que roube a bola o mais rápido possível. Isso é o que eu quero, como o fazemos é que pode variar. Defendemos com cinco jogadores atrás? Há imagens em que defendemos com quatro, três jogadores, com os dois avançados... Se tenho de mudar o sistema a nível defensivo? Não. Pressionamos como eu quero que pressionemos.»
«Ofensivamente», continuou, «podemos não ter a quantidade de remates que o FC porto devia ter e eu tenho de analisar o que está a falhar. Será que os jogadores tomam a melhor decisão no momento do último passe? Mas e se o jogador tomar a decisão correta na mesma? Há muitas situações que geramos que não resultam em chances de golo porque falta esse último passe. Quando analisamos o resultado, não vemos tudo isto, vemos se ganhámos ou perdemos. Esse não é o meu trabalho, a minha obrigação como treinador é fazer com que o FC Porto melhore, independentemente do resultado. Tenho de trabalhar a forma como vamos ganhar e para isso, fazemos uma análise para perceber o que não está a funcionar, ou mudar pequenas coisas naquilo que está a funcionar.»
Depois desta explicação na resposta à segunda pergunta da conferência de imprensa, Anselmi perguntou se a mesma já tinha terminado: «Já contei tudo. Posso ir? Vamos falar de quê? De jogadores, não falo de jogador individuais, de estatística, sabem que não gosto de estatística, de futebol, já falámos. Do futuro? Já falei do rival de amanhã [sábado]. Possível perda de pontos? É outra vez futurologia.»
Perguntou depois «como é que o FC Porto acabou o campeonato na época passada», e reagiu desta forma quando lhe disseram que a equipa ficou a 18 pontos do campeão Sporting: «E agora, porque é que me contrataram? É evidente.»