
Benfica e Sporting defrontam-se este sábado a partir das 18 horas, em mais uma edição do dérbi eterno que terá um elevado peso histórico: decidirá ou, pelo menos, ajudará muito a decidir o campeão nacional 2024/25.
Entre adeptos da mesma cor não há dúvidas sobre o tratamento: quem torce pelo Benfica é benfiquista, águia ou encarnado; quem, pelo contrário, apoia o Sporting, é sportinguista, leão ou verde e branco. Mas quando falam dos rivais, os termos são bem mais perjorativos. Os do Benfica são «lampiões», os do Sporting «lagartos».
A origem do termo «lampião» não é clara. Existem várias versões.
Uma liga a designação ao Estádio da Luz e à zona onde está situado (Estrada da Luz, etc), mas há quem considera que é anterior à infraestrutura. Que após uma viagem de várias personalidades do desporto nacional ao Brasil, Cosme Damião terá voltado com uma técnica para organizar jogos à noite: usar várias lâmpadas à volta do campo e assim iluminar o relvado, realizando-se assim o primeiro jogo em Portugal sem luz do sol. A técnica não pegou e, por causa disso, o Benfica terá ficado conhecido como a equipa dos lampiões.
Outra teoria lembra que os candeeiros em Lisboa eram a petróleo e que os funcionários todas as noites os acendiam. Uma quarta lembra que havia vendedores de hortaliça na Praça da Ribeira de madrugada e que levavam, por isso mesmo, lanternas, ou seja lampiões, para circularem. Há quem ainda refira o brasileiro Virgulino Ferreira da Silva, também conhecido por Lampião, um dos bandidos mais famosos da história do Brasil nas décadas de 20/30 como inspiração para o termo, devido ao alegado favorecimento das arbitragens.
Já a origem do «lagarto» parece mais linear:
O Sporting lançou, em 1951, aquilo que hoje se poderia chamar um empréstimo obrigacionista, ainda que sem juros. Os adeptos compravam os títulos e eram mais tarde reembolsados, com possível direito a um prémio, que seria sorteado, enquanto o clube ficava com dinheiro para investir. No caso, o objetivo era financiar a construção do Estádio de Alvalade, que seria inaugurado cinco anos depois.
Esses títulos chamavam-se «lagartos» e tinham até o animal desenhado como marca de água. A alcunha ficou, ainda que muitos a tenham atribuído à cor verde.