No regresso do programa Juízo Final, na Sport TV, foram divulgados os áudios de videoarbitragem mais polémicos das duas primeiras jornadas da Liga e da Liga 2. Duarte Gomes, Diretor Técnico Nacional de Arbitragem, analisou essas jogadas.

Um desses lances foi o penálti assinalado a favor do Sporting, na segunda jornada da Liga, por falta do arouquense Nandín, que foi expulso, sobre Gonçalo Inácio.

Hélder Malheiro não assinalou grande penalidade, mas foi chamado para rever o lance no monitor por Manuel Mota.

«O jogador 23 [Nandín] atinge-o [Gonçalo Inácio] nas costas. É no canto, Malheiro. Queres outra imagem? Cartão amarelo por negligência. É negligente, mas tu é que decides», referiu Manuel Mota, enquanto Hélder Malheiro revia o lance.

«Vou dar vermelho, falta grosseira», concluiu o árbitro. Uma decisão acertada, segundo Duarte Gomes.

«Não queremos entradas deste género. Sabemos que está dentro da área e que está a disputar a bola. É uma entrada que queremos sancionar com cartão vermelho. O próprio VAR não reconheceu que podia ser um lance para vermelho. É um processo que acontece em sala. O VAR muitas vezes desfoca da questão disciplinar. O Hélder Malheiro, muitíssimo bem, quando vê a imagem, diz que vai mostrar cartão vermelho. [entrada] Pode causar danos físicos ao adversário», afirmou.

Duarte Gomes fez um balanço duas duas primeiras jornadas. «São lances apenas de intervenções que implicaram a ida do árbitro à zona de revisão. Houve muitos outros lances igualmente discutíveis para analisarmos que não entraram na intervenção do VAR», destacou. Além do Juízo Final (quinzenal), existirá um programa semanal no canal 11, propriedade da FPF, sobre arbitragem. O primeiro programa vai hoje para o ar, às 19h00, e versará sobre lances recolhidos na 1.ª jornada do campeonato.

«Estamos num processo de constante afinação. O treino é constante. Encontramos sempre pormenores para afinar e para querer melhorar. Queremos a perfeição e nunca vamos encontrá-la. Nem em Portugal ou nas melhores ligas do mundo. Os árbitros trabalham muito e são muito disciplinados e comprometidos. Treinam todos os dias e têm aulas online à noite. Preparam muito bem os jogos e são acompanhados por muitos técnicos», acrescentou, referindo que os árbitros têm todas as condições.

«Sabem que quando chegam ao campo, aquele é o momento sagrado da semana em que todo o trabalho e sacríficio, até mesmo de tempo da família, é para chegar ali e dar o máximo. Muitas vezes a subjetividade dos lances ou a dificuldade de análise impede-nos de estar no nosso melhor. Vamos trabalhar sempre para isso», rematou.

João Pinheiro apitou recentemente a Supertaça Europeia, que o PSG venceu ao derrotar o Tottenham, no desempate da marca das grandes penalidades. O juiz da Associação de Futebol de Braga esteve acompanhado dos assistentes Bruno Jesus e Luciano Maia, enquanto o quarto árbitro foi o azeri Elchin Masiyev. No VAR esteve o também português Tiago Martins, com os AVAR Fábio Melo e o neerlandês Pol van Boekel.

«É mérito do João [Pinheiro] e das performances que foi conseguindo ao longo dos anos. E também mérito de toda a estrutura que antes e agora o tem tentado acompanhar para elevar a sua performance e levá-lo à elite, onde já está. O VAR, tantas vezes criticado, tem estado sucessivamente em grandes nomeações internacionais», disse, deixando uma nota sobre Filipa Prata: «É a primeira vez que temos uma árbitra num Mundial [de futsal].»