
Hugo Mendes é presidente do Lusitânia de Lourosa, mas não esquece, nem por segundo, a sua faceta como adepto do clube da terra. O líder dos leões, que subiram esta temporada à 2ª Liga e vão para a 3ª jornada sem qualquer derrota (vitória diante do Marítimo e empate frente ao Chaves) explicou, em declarações à Sport TV, como faz a ponte entre o coração e a gestão do clube que adora.
"Para nós, vencer o jogo é mais do que isso. É o que sentimos pelo clube, é um amor incondicional. Decidi, na época transata, ir para o banco, sinto-me bem junto da equipa", começou por referir Hugo Mendes, presença assídua ao lado dos suplentes, revelando: "Sinto-me muito parte dos nossos adeptos, das nossas bancadas. Também nasci a gostar do Lusitânia de Lourosa, juntamente com o meu pai, e não posso esconder a minha parte como adepto do clube."
Traçando o objetivo durante esta época como a permanência nos campeonatos profissionais, Hugo Mendes realça ainda que a "família apaixonada pelo clube" tem ajudado até nos momentos mais adversos. "O meu projeto era levar o Lusitânia de Lourosa aos campeonatos profissionais e isso ficou alcançado esta época. Foi o maior marco que tive como presidente do clube. Foi de uma felicidade enorme dar a volta ao nosso estádio com o troféu da Liga 3", revelou.
Nesse sentido, Hugo Mendes ainda salientou o projeto de continuidade para o futuro dos leões. "Na 1ª jornada, trouxemos os três pontos de Lourosa, mas temos de consolidar esta base. Temos jogadores que fazem parte do nosso plantel e que vieram da nossa formação. É sinal de que fazemos o nosso trabalho de base e isso, para nós, é excelente. Queremos consolidar o Lourosa a nivel de infraestruturas, tanto na nossa academia como o nosso estádio, onde estamos a tentar cumprir os requisitos. Ter bons patrocínios ao nosso lado e uma massa adepta apaixonada que pague as suas quotas tem sido muito importante", explicou, transmitindo a confiança ao técnico dos leões, Pedro Miguel: "O Pedro sentiu-se em casa, fez um grande trabalho, é um grande treinador e tem experiência nos campeonatos profissionais. Para nós, o compromisso e o caráter é muito importante. Quando alguém entra nesta família, é importante saber ter raça."
"O homem nasceu para sonhar. Sou um sonhador, sou ambicioso, mas mantenho os pés assentes na terra. Sei o desafio que são os campeonatos profissionais, há oito anos estávamos na AF Aveiro e, hoje, estamos aqui. Espero que o futuro seja muito risonho para o Lusitânia de Lourosa", terminou por dizer Hugo Mendes, dando asas a um projeto onde nem o céu parece ser o limite.
"Prestar vassalagem" não faz parte dos planos
Pedro Miguel subiu o Lusitânia de Lourosa até à 2ª Liga e a estrutura dos leões decidiu renovar o contrato do técnico, de 57 anos, que tem 366 partidas no 2º escalão do futebol português.
Em declarações à Sport TV, o treinador explicou as premissas para a formação de Lourosa ter sucesso na caminhada. "Os jogos são muito equilibrados e, por isso, temos que ser ambiciosos. Respeitar sempre os adversários, com humildade, mas nunca prestar vassalagem a ninguém. Ser estreante também tem algo a favor, porque as pessoas não olham para nós como olham para outras equipas", revelou Pedro Miguel.
E prosseguiu. "Desde que cheguei aqui, vesti a camisola do Lus. Lourosa. Eu quero sempre vencer, posso ter o meu melhor amigo do lado contrário, mas eu tenho de vencer e trabalho para isso. Fico triste pela derrota, mas a vitória passa-me ao lado. Não é que eu não esteja feliz, mas as pessoas até dizem que eu não me rio. Na minha profissão sou extremamente sério", atirou o técnico, salientando a importância de jogar em Lourosa, algo que ainda não acontecerá diante do Benfica B: "É um campeonato extremamente competitivo, estamos a chegar e queremos estabilizar. Contamos regressar brevemente a nossa casa, mas a paixão dos adeptos fora é algo que passo aos jogadores. Temos de ter, no mínimo, tanta paixão e união como eles. Trabalhamos para nós, grupo de trabalho, mas essencialmente para eles."