Mentalidade de querer

Num todo, muito orgulhoso, independentemente do resultado, estou daquilo que elas fizeram. Voltámos a ser aquilo que queremos, voltámos a ser Portugal, voltámos a ter bola, a conseguir pressionar alto, a ganhar a bola no meio campo adversário, a criar oportunidades de golo. Soubemos sofrer quando tivemos de sofrer. Uma mentalidade e uma vontade de ganhar incríveis. Sofremos um golo de uma equipa que vem de uma série de resultados e com um ambiente pesado em relação aos últimos resultados - um ambiente fora, não é dentro - e ter a mentalidade de querer, de continuar, vamos ao VAR, festejamos, voltamos outra vez… não é fácil. É só para quem tem muita vontade de crença. Acho que se pudesse caracterizar este jogo, foi um jogo à Diogo Jota, sempre a acreditar e sempre ligado. Esta exibição é para ele e para a família dele”

Voltar ao esquema habitual

“Nós sabemos onde é que elas se sentem confortáveis. Estrategicamente era importante, fizemo-lo em Wembley e não correu bem, por isso acreditamos muito que não é só por aí, mas que também é por aí. Temos trabalhado ao longo dos últimos oito anos, elas sentem-se confortáveis. Na instabilidade que estávamos a ter, nas dúvidas, optámos por voltar às raízes e felizmente acertámos na decisão e estas jogadoras querem muito e hoje acho que a haver um vencedor só podia ser Portugal”

Entrada de Telma foi tardia?

“O jogo estava muito partido. A Telma dá-nos muita coisa na área e tira-nos no processo defensivo, tem de crescer, ela sabe disso, é uma jogadora muito importante e por isso é que cá está, coisas que outras não dão, mas sabemos os timings e os momentos. As nossas avançadas estavam a fazer o que queríamos, faltou-nos um bocadinho no último terço nas diagonais. Estávamos a chegar à entrada da área e as avançadas estavam a ficar paradas, faltou aquilo que as avançadas espanholas nos fizeram muitas vezes. Tivemos essa dificuldade. Agora é rever o jogo, recuperar, está muita gente cansada, mas um Portugal ainda muito disponível, acreditamos que estamos vivos e ainda é possível”

Jogo com a Bélgica

“Por um lado a Bélgica vai estar super descontraída. Não sabemos se vai usar o mesmo onze, se vai dar oportunidades às jogadoras mais frescas, menos rotinadas… é sempre algo que temos de ir controlando, que temos de perceber. Um dos objetivos era chegar a depender só de nós, não dependemos de nós, precisamos que a Espanha faça aquilo que achamos que vai fazer porque também vai querer ser 1.ª do grupo. E é uma equipa que não gosta de perder. Nós temos de fazer o nosso, que é ganhar e fazer golos”

Marchão e Ana Borges

“A Joana teve uma câimbra, estava há muito tempo sem jogar, veio e ajudou muito, a presença de um pé esquerdo dá-nos muita coisa, é uma diferença grande. A Joana fez um jogo importante, conseguimos lateralizar. A Ana é uma das nossas capitãs, sinceramente acho que o segundo amarelo é injusto, é um encosto de ombro natural, estão as duas a disputar a bola. Não vamos falar de arbitragem, mas é claro que é uma perda grande, mas vamos fazer tudo para a Ana continuar a jogar neste Europeu”