André Narciso viajou até Lisboa para dirigir o Benfica-Estrela da Amadora deste sábado.

O árbitro da AF Setúbal tem qualidade, é habitualmente muito seguro e dono de condição física de excelência, que voltou a evidenciar na Luz. Mas não esteve ao seu melhor nível, sobretudo na análise de um lance relevante. Noutro não recebeu o apoio que se exigia de um dos seus colegas de equipa.

Mas este Benfica-Estrela da Amadora foi sobretudo importante para mostrar aos detratores da tecnologia do VAR a importância da vídeo arbitragem quer no apoio à decisão, quer sobretudo na salvaguarda da verdade desportiva. Porquê? Porque este sábado teriam sido evitados dois erros graves em meia dúzia de segundos. Vale a pena pensarmos nisto...

Segue análise técnica aos lances mais relevantes do encontro:

18' Terceiro golo mal validado ao SL Benfica devido a erro do árbitro assistente, que não detetou fora de jogo evidente (mais de um metro) de Di Maria, no início de jogada concluída pelo próprio. O que aconteceu explica-se rapidamente: o auxiliar de André Narciso demorou demasiado tempo a recuperar a sua posição, não tendo em conta que a jogada ainda estava viva e na sua zona de ação. A distração momentânea levou-o a estar cerca de cinco/seis metros à frente do local onde era suposto colocar-se (em linha com o penúltimo defensor). A partir daí, o erro foi inevitável. Na arbitragem a máxima esperar o inesperado é para levar à letra. Não se pode facilitar, baixar a guarda ou perder o foco, sobretudo quando o resultado convida ao facilitismo. Errar, aprender e seguir em frente.

29' Remate de Álvaro Carreras para defesa apertada de Meixedo. Arthur Cabral fez a recarga em posição legal. Foi acertada a opção do árbitro assistente ao não intervir.

32' André Narciso assinalou falta atacante a Arthur Cabral, por alegado empurrão nas costas de Montóia, em lance que envolveu também o guarda-redes Meixedo. Pelas imagens que vimos, ficámos com a ideia que o avançado brasileiro não cometeu qualquer infração. O lance seria muito prometedor.

36'
Alan Ruiz tocou em Varela (seu colega de equipa), derrubando-o inadvertidamente. Arthur Cabral estava perto do local, mas não cometeu qualquer infração. O árbitro terá sido ludibriado pela rapidez do lance, assinalando pontapé-livre para os visitados.

41' Montóia abordou com negligência disputa de bola com Di Maria. A entrada do lateral, por trás, foi bem sancionada com cartão amarelo.

51' Samuel Soares defendeu remate na queima de André Luiz, que surgiu isolado na zona central da área de penálti. O avançado do Estrela estava em posição legal quando Alan Ruiz fez o passe na sua direção.

55' Arthur Cabral falhou golo em zona privilegiada, depois de ganhar a posse de bola a Miguel Lopes sem cometer falta. Esteve bem André Narciso ao nada assinalar.

64' Diogo Travassos foi advertido com justiça na sequência de entrada negligente sobre Akturkoglu (o jogador dos visitantes pisou o pé do turco de forma algo perigosa).

74' Com a bola bem à frente, Rollheiser atingiu, com a sola da bota/pitons, a parte de trás da perna de André Luiz, colocando em risco a sua integridade física. A falta grosseira do argentino (lesionou o adversário) tinha que ser sancionada com cartão vermelho direto. Em campo podia não ser fácil perceber. Em sala seria rapidíssimo.

89' Muito bem o árbitro assistente ao validar o sétimo golo dos encarnados. No momento do remate à baliza de Florentino, Arthur Cabral (que fez recarga a defesa para a frente de Meixedo) estava em posição legal.

Nota do árbitro: 4