Na entrada em cena na presente edição da Taça de Portugal, o Vitória SC passou na deslocação ao Estádio Capital do Móvel, voltou a vencer o Paços de Ferreira (3-1) - conta por triunfos os quatro jogos contra os castores na prova - e acedeu à próxima fase da competição com distinção.

Se Ricardo Silva mexeu em três posições em relação à partida contra o Torreense - Pavlic, Marcos Paulo e Costinha foram a jogo -, Rui Borges reeditou quase na íntegra o onze da última partida oficial, havendo apenas lugar à entrada de Nuno Santos - Gustavo da Silva está lesionado - e Charles para o lugar que é habitualmente de Bruno Varela.

Cerca de duas semanas depois do doloroso e inesperado empate caseiro frente ao Boavista, os Conquistadores entraram com o ADN que a própria alcunha indica. A influência das ações de Tomás Händel e companhia limitada no miolo vitoriano confinaram os pacense ao primeiro terço de terreno, sem direito a protesto. Sobretudo pelo fortíssimo e personalizado quarto de hora inicial.

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Claro está que as circunstâncias risonhas dos primeiros instantes a isso ajudaram, já que, aos três minutos, Bruno Gaspar já tinha garantido o primeiro pico de festa aos imensos adeptos forasteiros presentes nesta chuvosa tarde sábado. Após passe delicioso - de calcanhar e em realce à leitura de jogo que lhe é caraterística - de Samu, o lateral atirou na passada e sem hipóteses para a novidade na baliza pacense, Jeimes Menezes.

De mansinho até ao empate

Os momentos aflitivos para os da casa não passaram com o golo, com o segundo a ficar na eminência. Desta vez, o poste travou as intenções de Nuno Santos, num lance de evidente e eficaz pressão do Vitória SC e de Samu.

Com o avançar do relógio o Paços cresceu - Pavlic foi o primeiro grande revoltado na tentativa de levar a equipa para a frente - e o remate traiçoeiro de Jaílson disso foi prova. Por essa altura, as despesas dividiram um pouco, Charles - também em estreia esta época - brilhou na estirada à cabeçada de Pavlic e o empate transformou-se em realidade, mesmo com novo aparente controlo do Vitória SC.

Ronaldo Lumungo descobriu Pavlic na brecha defensiva entre Borevkovic e Bruno Gaspar, cabendo ao médio neerlandês servir, de bandeja, para o encosto fácil de Rui Fonte. Estava lançada a incerteza para o segundo tempo...

Nova dose de Samu selou a passagem

Que não tardou a mostrar golos! Novamente com mais Vitória SC em jogo, Samu voltou a mostrar dotes de artista e recolocou a turma minhota no caminho da próxima fase. Com um tiro repentino sobre a direita, o médio luso surpreendeu o desamparado Jeimes, num lance onde a bola ainda parece atraiçoar o guardião pacense por um ligeiro desvio na barreira.

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Na repetição do filme do primeiro tempo, o Paços «saiu da toca», desta vez sem grandes cerimónias, e voltou a cheirar a igualdade. Ronaldo Lumungo fez estremecer o poste da baliza de Charles e Costinha, solto para fazer estragos, motivou mais um belo trabalho do guardião vitoriano entre os postes.

O aviso estava dado, mas desta vez acabou por ser levado muito a sério pelo Rei que, na ânsia de se aproximar da Rainha, tapou os caminhos que pudessem precipitar o prolongamento e, assente na boa capacidade para controlar o momento, selou com direito a um terceiro golo - já nos descontos - de João Mendes.

Estava assim carimbado o acesso à 4ª eliminatória da Taça de Portugal.