
A SIC Notícias está a receber os candidatos à presidência do Benfica. Esta terça-feira, é a vez de Martim Mayer, neto de Borges Coutinho, o histórico presidente encarnado que venceu seis campeonatos em sete anos. Depois de Cristóvão Carvalho e João Diogo Manteigas, Martim Mayer, gestor de profissão, vem à SIC Notícias expor a sua visão para o futuro do Benfica. As eleições, que contam com seis candidatos, estão agendadas para dia 25 de outubro.
Para além do insuficiente rendimento desportivo dos últimos anos, o candidato entende que o clube vive "num desequilíbrio financeiro preocupante".
Para inverter essa situação, explica que "há 13 anos" que estuda "todos os dossiês do clube" e, por isso, tem já uma "proposta concreta", que será "a coluna daquilo que o Benfica deve querer para o futuro".
"[O próximo mandato] serão anos críticos para o clube. É por isso que me apresento porque sinto essa vontade, sinto essa responsabilidade, sinto essa convicção", garante.
Explica ainda que a sua candidatura "é livre e independente" e que reúne pessoas "frescas", que "nunca estiveram ligadas" à estrutura 'encarnada'.
Sobre a famigerada discussão em torno da centralização dos direitos televisivos, o gestor é perentório:
"Das duas uma: ou paga o Benfica essa fatura ou o Benfica lidera o processo e apresenta a solução."
Outra questão que também lamenta é o facto de o clube da Luz iniciar "todas as épocas com 70 milhões de euros de prejuízo", condição que diz não ser conciliável com o sucesso desportivo.
Prossegue a apresentação do seu projeto destacando que, na sua ótica, o futebol do Benfica deve assentar na figura do diretor-desportivo, cargo para o qual diz ter já dois candidatos de "pimeiríssima linha".
"Alguém com um grande currículo no futebol europeu e mundial e muito bem preparado para o Benfica e para a identidade do Benfica", adianta.
Para Martim Mayer, o diretor-desportivo terá a tarefa de interagir com o treinador da equipa, que, garante, será Bruno Lage, se o técnico continuar a orientar o plantel na altura das eleições.
Investidores e a candidatura de Luís Filipe Vieira
O candidato entende que o emblema lisboeta é "suficientemente rentável para que se for bem gerido não precise" de investidores, no entanto não fecha a porta a esse cenário:
"Não descarto essa possibilidade, nunca por nunca, reduzindo os 63,25% que o clube, direta e indiretamente, tem da SAD. Portanto, isso para mim, o clube é dos sócios."
Martim Mayer considera ainda que Luís Filipe Vieira não deveria ter avançado com a candidatura à presidência dos 'encarnados'.
"Elevação, aspiração do clube, independência, autoridade, nobreza. Isto são os nossos valores. E, portanto, quando existem temas que vêm agarrados a candidatos, que não permite adjetivar desta forma o clube, deveria haver mais responsabilidade e deveria esperar-se por outros timings", sustenta.
As relações institucionais com os grandes rivais é, naturalmente, uma matéria de interesse para o candidato. O gestor assume que, se for eleito, irá respeitar o Sporting e o FC Porto, "tal qual como respeitará todos os clubes nacionais e todos os clubes com quem vá jogar".
Diz ainda querer aumentar para 83 mil lugares a capacidade do Estádio da Luz, uma obra que, informa, rondará os 80 milhões de euros.
"Esta obra é totalmente suportada pelas receitas da venda dos lugares que vão ser acrescentados. Portanto, 100% sustentável e que não toca no orçamento do Benfica. E por isso, essa é a minha primeira prioridade para o património", explica.
Assume também querer aumentar a capacidade residencial no Seixal, onde pretende construir um colégio para os jovens jogadores do clube.