No primeiro jogo oficial da temporada, os encarnados festejaram a conquista da Supertaça. No rescaldo da primeira aparição da equipa de Bruno Lage, vários foram os aspetos que saltaram à vista e que merecem, agora, análise por parte do zerozero.

A vitória é uma alavanca para incentivar um bom começo de temporada, mas nem tudo correu bem. Os encarnados não devem abrandar, mesmo com a conquista sobre o bicampeão nacional. Felizmente para os seus adeptos, o que necessita de ser corrigido por Bruno Lage, pode ser facilmente emendado nos próximos tempos.

Nesse sentido, apontamos cinco ilações tiradas da Supertaça.

Pressão a dois... na frente

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No campo, o grande ponto positivo do Benfica foi o sucesso na sua pressão aplicada - por vezes alta, por vezes zonal. Muito da eficácia nessa pressão foi fruto da adaptação de Leandro Barreiro numa frente a dois com Vangelis Pavlidis. O luxemburguês esteve incansável na pressão às linhas mais recuadas dos leões. A maneira como abordou vários lances, com cérebro de médio, permitiu recuperar várias posses de bola, por vezes sufocando os leões. Já o grego esteve bastante ativo nas suas missões defensivas - como é habitual. Vale mencionar que o meio-campo esteve muito bem na manutenção do bloco defensivo encarnado.

E a criatividade, onde anda?

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Apesar de a estrutura ter funcionado muito bem na pressão, na criação a história é outra. A maior parte das jogadas de perigo do Benfica não surgiram por rasgos de genialidade ou de coletivo no último terço, mas através de transições rápidas em zonas altas do terreno - possibilitadas pela pressão já mencionada. Com as saídas de Kokçu e Di María - dois dos elementos mais criativos da temporada passada das águias -, não parecem existir soluções para substituir as suas fortes imaginações no campo.

Um meio-campo à Benfica

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A estreia oficial da dupla de reforços - Enzo Barrenechea e Richard Ríos - foi um autêntico sucesso. O argentino, que chegou primeiro ao clube, demonstrou muita segurança no processo de construção - algo que faltava às águias. Sempre muito tranquilo, conseguiu derrubar o bloco leonino apostando na verticalidade. Por outro lado, o colombiano sentiu mais dificuldades. A tomada de decisão, por vezes, não foi a melhor, tendo falhado bastantes passes. No entanto, apostou bastante na progressão com bola - outro aspeto que o Benfica também sentia falta -, tendo muito sucesso no ganho de metros no terreno. Além disso, a dupla esteve bastante consistente defensivamente... nada a apontar.

Como não amar Dedic

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O Benfica finalmente tem uma opção para a posição habitualmente ocupada por Alexander Bah. Todos sabemos que o dinamarquês é um jogador que vive com muitas lesões, tendo o Benfica apostado em várias alternativas para o substituírem. Neste mercado, a estrutura decidiu optar por uma opção externa, que parece ter bastante margem de progressão. Amar Dedi? foi um dos melhores jogadores da partida, tendo uma exibição sem falhas. Muito combativo e interventivo ofensivamente. A profundidade que oferece na linha é algo a destacar, bem como a sua capacidade em apostar em investidas pelo corredor central. Um jogador a manter debaixo de olho.

Mais uma vez... Pavlidis resolve

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Num jogo em que o Benfica não produziu muitas ocasiões de perigo, o grego acabou por salvar o dia - recorde-se, foi considerado o MVP da partida pelo zerozero. O golo não é genial, mas é a confirmação de que Pavlidis até produz em dias menos conseguidos. A exibição não foi brilhante, tendo sofrido das dificuldades criativas dos encarnados, mas não passou em branco. Foi dos jogadores que mais procurou desbloquear no último terço, tendo trabalhado em todos os corredores do terreno de jogo. Ademais, tal como referido anteriormente, o avançado foi o primeiro defesa das águias, tendo importunado fortemente os centrais do Sporting. Um dia para recordar.