Os organizadores do MotoGP anunciaram, na semana passada que, a partir de 2027, a categoria rainha terá um novo fornecedor de pneus, a Pirelli, que substituirá a Michelin.

A Michelin, fornecedora de pneus do MotoGP desde 2016, vai deixar o campeonato e, apesar das críticas constantes dos pilotos nos últimos anos, especialmente em relação ao pneu dianteiro, a saída da marca francesa não se deve a essa pressão.

«Nos últimos meses, estivemos em negociações com a Dorna para a renovação do nosso contrato, mas decidiram optar por um único fornecedor para todas as categorias do Campeonato do Mundo de Motociclismo de Velocidade – MotoGP, Moto2, Moto3 e MotoE. Este grupo inclui também as categorias de formação, como a Red Bull MotoGP Rookies Cup e vários campeonatos regionais. De um ponto de vista estratégico, decidiram que seria melhor ter apenas um fornecedor, em vez de dois. E nós não temos interesse em participar em outras categorias além da MotoGP e MotoE», explicou Piero Taramasso, responsável pelo programa da Michelin no MotoGP, ao motorsport.com.

«O MotoGP representa o auge do motociclismo de velocidade, com os melhores pilotos e motos capazes de atingir velocidades superiores a 300 km/h, o que demonstra uma potência incrível. Esta categoria permite-nos acumular experiência e muitos dados, que podem ser muito úteis no desenvolvimento de pneus para estrada. Mas o que se faz no MotoGP não se pode aplicar diretamente a outras categorias. Por outro lado, a MotoE é uma plataforma onde se trabalha com materiais sustentáveis, e fez todo o sentido para nós investir em motos elétricas. Desde que entrámos na MotoE, conseguimos desenvolver pneus com mais de 50% de materiais sustentáveis na sua composição. Por isso, estes dois campeonatos encaixavam na perfeição na visão e estratégia da Michelin», acrescentou.

«Não fazia sentido para nós assumir as outras categorias, por isso decidimos sair. Além disso, concentrarmo-nos em dois campeonatos permite-nos prestar um melhor serviço às equipas e aos pilotos. Quando se distribuem recursos por várias áreas, corre-se o risco de a qualidade diminuir. Essa é outra razão pela qual decidimos sair», justificou.

A Pirelli atualmente fornece pneus para a Moto2, Moto3 e campeonatos juvenis sob a égide da Dorna. A empresa italiana também é parceira da Dorna no Campeonato Mundial de Superbike (WSBK), para o qual fornece pneus há quase 20 anos.

Desde 2011, a Pirelli garante os pneus da Fórmula 1, uma parceria que se estenderá pelo menos até ao final de 2027. Isto significa que, em 2027, pela primeira vez desde 2010, a Fórmula 1 e o MotoGP utilizarão pneus do mesmo fornecedor. A última vez que tal aconteceu foi com a japonesa Bridgestone, fornecedora exclusiva do MotoGP entre 2009 e 2015.