
As vespas asiáticas zumbem com uma frequência única que pode ser a chave para controlar a sua propagação, descobriu uma equipa de cientistas do Reino Unido.
Uma equipa da Universidade de Southampton afirmou ter detetado a frequência que zumbem estes insetos invasores. Com esta "arma", os ninhos de vespas podem agora ser encontrados e rapidamente identificados de forma a conter esta ameaça para as abelhas.
A vespa asiática ou velutina desmembra e come abelhas. Fica do lado de fora das colmeias e captura as abelhas à medida que entram e saem. Uma única vespa asiática pode caçar e comer 30 a 50 abelhas por dia.
Os investigadores dizem que os ninhos, cujo pico populacional ocorre em setembro e outubro, podem ser detetados através do som, permitindo distinguir os ninhos e colmeias de outras vespas e abelhas.
A frequência dos ninhos foi de 125 Hz, com um volume na gama dos 51 decibéis.
"O ninho pode ser detetado a cerca de 20 m de distância com um microfone direcional", disse a investigadora Sophie Gray, acrescentando que o próximo passo será construir um drone capaz de localizar ninhos.
O projeto foi liderado por Paul White, professor de processamento estatístico de sinais na universidade, e pelo orientador do projeto, Adrian Dwyer.
As vespas asiáticas ainda não estão estabelecidas no Reino Unido e todos os ninhos descobertos foram destruídos.
"Chegaram a Inglaterra pela primeira vez por Kent em 2016 e, nos últimos dois a três anos, começaram a instalar-se aqui. Podem estar debaixo da terra, a 15 metros de altura numa árvore, numa caixa de pássaros ou num arbusto – podem estar em qualquer lugar", explicou Gray.
Vespa asiática em Portugal
A identificação ou suspeita de existência de ninhos deve ser comunicada à Proteção Civil Municipal, através dos telefones 231 480 550 ou 916 601 234.
A vespa velutina é uma espécie asiática que exerce uma ação destrutiva sobre as colmeias de abelhas melíferas e pode constituir perigo para a saúde pública.
Esta espécie de vespa predadora foi introduzida na Europa através do porto de Bordéus, em França, em 2004. Os primeiros indícios da sua presença em Portugal surgiram em 2011, mas a situação só se agravou a partir do final do ano seguinte.