"De acordo com informações preliminares, os russos utilizaram um míssil balístico de fabrico norte-coreano. Os nossos serviços especiais estão a verificar todos os detalhes", afirmou Zelensky nas redes sociais.

O líder ucraniano realçou que, a confirmar-se a informação, será "mais uma prova da natureza criminosa da aliança" entre Moscovo e Pyongyang.

"Matam pessoas e atormentam vidas juntos, esse é o único objetivo da sua cooperação. A Rússia usa mísseis e artilharia [norte-coreanos] continuamente. Pyongyang, por sua vez, tem a oportunidade de tornar as suas armas mais letais em condições reais de guerra", observou.

Esta não é a primeira vez que a Ucrânia acusa a Rússia de utilizar mísseis balísticos fornecidos pela Coreia do Norte.

De acordo com uma declaração em novembro passado do Conselho de Segurança Nacional e Defesa da Ucrânia, a Rússia recebeu sistemas de artilharia autopropulsada M-1989 e M-1991 de 170 milímetros da Coreia do Norte, juntamente com cerca de cem mísseis KN-23 e pelo menos cinco milhões de cartuchos de munições.

O último ataque russo com mísseis da Coreia do Norte tinha ocorrido em dezembro de 2024 contra Kiev, de acordo com as autoridades ucranianas, seguindo-se a outros executados em junho e em setembro do ano passado.

A Força Aérea ucraniana informou no seu relatório diário de hoje que, entre os mísseis lançados durante a noite pela Rússia, incluíram-se 11 mísseis balísticos Iskander-M/KN-23, dos quais sete foram abatidos.

O Presidente ucraniano assinalou que as Forças Armadas russas usaram mais de 200 mísseis e drones no ataque em grande escala contra Kiev e outras cidades do país.

Pelo menos 12 pessoas morreram e mais de 100 ficaram feridas na capital ucraniana, referiu Zelensky.

"Mesmo entre os esforços diplomáticos internacionais para pôr fim a esta guerra, a Rússia continua a assassinar civis. Isto significa que [o Presidente russo, Vladimir] Putin não tem medo", avisou.

Para o Presidente da Ucrânia, "deve haver uma cessação completa e incondicional dos ataques, e a Rússia deve aceitar isso", ao mesmo tempo que pediu o reforço das defesas antiaéreas do seu país.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, disse hoje que tem o seu próprio prazo para um acordo entre Rússia e Ucrânia e insistiu que espera um entendimento rápido, após ter criticado Kiev pela demora e Moscovo pelos seus últimos ataques.

O enviado norte-americano, Steve Witkoff, é esperado em Moscovo, segundo a Casa Branca e o Kremlin mas sem indicar datas, tendo o portal Axios noticiado, citando fontes de Washington, que deverá encontrar-se com Putin na sexta-feira.

A Rússia tem fustigado a Ucrânia com intensos bombardeamentos diários desde que o Presidente ucraniano propôs no domingo a extensão da trégua que vigorou na Páscoa - declarada unilateralmente por Putin e aceite por Kiev - a um cessar-fogo de 30 dias nos ataques aéreos contra infraestruturas civis.

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