A União Europeia (UE) defendeu, esta quinta-feira, que a eventual utilização de mísseis balísticos intercontinentais pela Rússia contra o território ucraniano é uma "clara escalada" do conflito, aumentando as tensões de maneira "quantitativa e qualificativa".

"Há uma vontade [por parte da Rússia] de escalar o conflito, ao contrário de procurar maneiras de alcançar a paz. Se utilizassem mísseis balísticos intercontinentais, isso seria uma alteração quantitativa e qualificativa e uma clara escalada", disse o porta-voz do serviço diplomático da UE Peter Stano em conferência de imprensa, em Bruxelas.

No entanto, o porta-voz foi cauteloso em relação a uma escalada nuclear da invasão russa.

O Presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, "está a fazer o jogo nuclear desde o princípio" (24 de fevereiro de 2022) e Peter Stano observou que o perigo existe, uma vez que a central nuclear de Zaporijia continua sob ocupação militar russa e é alvo de bombardeamentos e conflitos entre militares dos dois lados.

"Mas é impossível dizer se [Vladimir Putin] está a falar a sério [sobre uma escalada nuclear] ", comentou.

Rússia não comenta ataque

A Presidência russa (Kremlin) recusou-se a comentar a acusação da Ucrânia de que disparou pela primeira vez um míssil intercontinental contra território ucraniano, mas reafirmou que tudo fará para evitar uma guerra nuclear.

A Ucrânia acusou a Rússia de ter disparado hoje um míssil intercontinental, concebido para transportar ogivas nucleares mas que pode usado como arma convencional, num ataque à cidade de Dnipro, no centro-leste do país.