
Os funcionários que vão acompanhar os trabalhos já juraram fidelidade e segredo. As medidas de segurança foram tomadas. As limpezas feitas, os quartos na Casa de Santa Marta e nas antigas instalações estão arrumados. As vestes do próximo Papa estão prontas e penduradas. Falta escolher e anunciar o nome do 267º Papa. O mundo aguarda a divulgação.
Antes será necessário proceder às votações. E nada é deixado ao acaso, não fosse esta uma instituição com dois mil anos. Na parte superior de cada cédula retangular onde os cardeais eleitores colocam o nome do seu favorito, está a inscrição em latim: “Eligo in Summum Pontificem”. Dobram-na em dois e depositam num recipiente coberto por um prato e colocado num altar na Capela Sistina. No momento do depósito, o cardeal deve proferir a seguinte frase: “Chamo como minha testemunha Cristo Senhor, que me julgará, que meu voto é dado àquele que, segundo Deus, considero que deva ser eleito”.
São necessários pelo menos dois terços dos votos para eleger o novo Papa. No caso específico do Conclave que começa esta quarta-feira, serão necessários 89 votos para eleger o Pontífice. As votações são feitas todos os dias, duas vezes pela manhã e duas vezes à tarde, e se os cardeais eleitores tiverem dificuldade em chegar a um acordo, o site do Vaticano explica que, após três dias sem resultado, as votações são suspensas por no máximo um dia, para uma pausa de oração, discussão livre entre os eleitores e uma breve exortação espiritual.
Tudo acontecerá na Capela Sistina (1481), localizada dentro do Palácio Apostólico do Vaticano e repleta com os frescos de Michelangelo. Eleito, o novo Papa será levado para um pequeno cómodo anexo, a Sala das Lágrimas, onde vai vestir a batina branca, que o identificará. A seguir, dar-se-á a conhecer ao mundo.