Há uma nova polémica em redor do sistema educacional dos Estados Unidos. O Conselho de Educação do Texas, controlado por republicanos, deu luz verde a um plano curricular para o ensino público que prevê aulas baseadas na Bíblia para crianças do jardim de infância e ensino primário até ao quinto ano, através de materiais de leitura como livros didáticos ou das artes da linguagem.
A medida, que é opcional para cada distrito escolar, seria acompanhada de um incentivo no valor de 60 dólares por cada aluno, de acordo com o El País. Caso a medida seja adotada, poderá ser implementada a partir de agosto do próximo ano, no início do novo ano letivo.
Segundo o The New York Times, este plano curricular inclui aulas sobre a história da Bíblia como "Jesus e Sermão da Montanha, a parábola do Filho Pródigo e o conto sobre Ester que integra o Antigo Testamento".
A proposta, inicialmente apresentada pela Agência de Educação do Texas (TEA), reuniu oito votos a favor e sete contra, mas a medida divide opiniões. Os defensores dizem que o plano curricular vai ajudar na aprendizagem das crianças e que a Bíblia é fundamental na história dos Estados Unidos. A própria Agência de Educação do Texas garante que os materiais “foram desenvolvidos utilizando as melhores evidências da ciência cognitiva".
Por outro lado, há quem defenda que o papel das escolas é "educar" e não "doutrinar", como é o caso da professora Megan Tessler, citada pelo El País.
“Este currículo não atende ao padrão de um currículo honesto e secular”, refere.
A Federação Americana de Professores do Texas (AFT) fala numa separação entre a "igreja e Estado e a liberdade académica dentro das salas de aula".
Texas junta-se a outros estados norte-americanos
O mais recente foi o Louisiana que se tornou no primeiro Estado norte-americano a exigir que os "Dez Mandamentos" da Bíblia sejam exibidos nas salas de aula das escolas públicas, de acordo com o projeto de lei sancionado pelo governador republicano Jeff Landry.
No mesmo mês, o superintendente estadual de Oklahoma, Ryan Walters ,ordenou que todas as escolas públicas ensinassem a Bíblia, descrevendo-a como um "elemento histórico e cultural indispensável".