
A plataforma de 'fact-checking' Maldita alerta que o sismo que abalou a Rússia na quarta-feira foi explorado no mundo virtual para espalhar desinformação e imagens falsas e denuncia a reutilização de conteúdos fora de contexto.
Na sequência do terramoto de magnitude 8,8 registado no extremo oriente da Rússia, na quarta-feira, a plataforma espanhola de verificação de factos Maldita, identificou vários vídeos falsos e desinformativos publicados 'online' que afirmaram referir-se ao acontecimento.
"Está a circular um vídeo que supostamente mostra como seria o comportamento do tsunami causado pelo terramoto de 30 de julho de 2025 em Kamchatka (Rússia). É uma simulação digital em que as ondas atingiriam as costas americanas no Pacífico. No entanto, é falso", refere o 'fact-checker' espanhol.
Em causa está uma simulação publicada em 2016 pelo Escritório das Nações Unidas para a Redução de Desastres (UNDRR) e corresponde ao tsunami ocorrido no Japão em 11 de março de 2011.
Outra das publicações mostra dois homens a tentar mover um barco enquanto outras embarcações são atingidas pelas ondas numa praia, referindo como localização a cidade de Kamchatka no dia do terramoto.
Contudo, as imagens nada têm a ver com o sismo sentido na Rússia, sendo de 17 de junho de 2017, na Gronelândia, na Dinamarca.
Outra narrativa desinformativa identificada pela plataforma espanhola usou um vídeo onde várias pessoas tentam devolver ao mar um grupo de belugas encalhadas, aparentemente, devido à ondulação causada pelo sismo.
Na verdade, embora o vídeo tenha ocorrido em Kamchatka, não é recente, e não diz respeito ao abalo sísmico desta semana.
Além destes casos, "outro dos vídeos que tem sido divulgado é o de uma mulher numa loja em que prateleiras começam a cair devido ao movimento da terra. Circula como se fosse deste terramoto, mas na realidade corresponde a Mianmar, em 28 de março, onde foi registado um terramoto de magnitude 7,7".
De acordo com o Instituto Geológico dos Estados Unidos (USGS), o sismo sentido na Rússia registou uma magnitude de 8,8 na escala de Richter e ocorreu por volta das 00:25 de Lisboa, a 20,7 quilómetros de profundidade, a 126 quilómetros da costa de Petropavlovsk-Kamchatsky, no extremo oriente russo.
O sismo levou à emissão de alertas de tsunami em muitos países banhados pelo Pacífico, que na sua maioria, já foram levantados.
O terramoto foi o oitavo sismo de maior magnitude já registado no mundo, segundo organismos científicos internacionais.