A autoridade da concorrência italiana (AGCM) aplicou esta segunda-feira uma multa de um milhão de euros à empresa chinesa Shein por publicidade ambiental enganosa nos sites na Europa.

A AGCM acusa a gigante chinesa de moda efémera ("fast fashion") de ter "adotado uma estratégia de comunicação enganosa sobre as características e o impacto ambiental dos produtos de vestuário", alegando também que divulgou "mensagens e alegações ambientais enganosas e/ou falsas no âmbito da promoção e venda de roupas da marca Shein".

As mensagens eram, "nalguns casos, vagas, genéricas e/ou excessivamente enfáticas e, noutros, enganosas ou omissivas", apontando designadamente que as informações relativas à reciclagem dos produtos "revelaram-se falsas ou, no mínimo, confusas", de acordo com a autoridade de concorrência.

Para a AGCM, os consumidores podiam facilmente ser levados a acreditar que os produtos deste gigante do comércio eletrónico eram fabricados exclusivamente a partir de materiais sustentáveis e totalmente recicláveis, quando tal não corresponde à realidade, "tendo em conta as fibras utilizadas e os sistemas de reciclagem atuais".

A empresa refutou as acusações, alegando que as informações ambientais apresentadas no site são "claras, específicas e conformes com a regulamentação" e, num comunicado enviado à agência de notícias France-Presse, garantiu ter "cooperado plenamente" com a AGCM e "tomado medidas imediatas" para responder às preocupações desta autoridade.

Há muito que os ambientalistas alertam para os danos causados pela tendência ao desperdício desta produção em massa de roupas baratas e rapidamente descartadas, apontando que esta consome enormes quantidades de água, produz substâncias químicas perigosas e entope os aterros sanitários dos países pobres com resíduos têxteis, ao mesmo tempo que gera gases com efeito de estufa durante a produção, o transporte e a eliminação.